Oposição a Aras lamenta recondução e avalia reação
Eles consideraram que foi a gestão mais opaca da história, mas que vendeu transparência na sabatina
Procuradores que lideraram a rejeição a Augusto Aras no seu primeiro mandato lamentaram a recondução para mais dois anos à frente do Ministério Público Federal, mas avaliaram que não há o que fazer.
Eles consideraram que foi a gestão mais opaca da história, mas que vendeu transparência na sabatina, a gestão menos impessoal vendendo impessoalidade na sabatina e a gestão mais política vendendo isenção na sabatina.
Contestaram a ideia de que tudo na PGR é transparente como Aras disse na CPI. Lembraram que os despachos da PGR são todos sigilosos, as representações contra Aras são interceptadas também por despachos sigilosos e os arquivamentos não são acessíveis.
Além disso, claro, pontuaram que as forças tarefas, como a da Lava Jato, foram desmontadas na sua gestão e que no seu lugar foram criadas estruturas fracas e, mesmo assim, são propagadas como grande avanço.
A despeito das críticas, não há dentro da categoria uma avaliação de que é possível reagir a nova recondução. Órgãos como o Conselho Superior de Ministério Público e procuradores fizeram oposição inédita, com representações contra Aras e seus principais auxiliares.
Mas, somente nesta semana, duas delas foram arquivadas pelo Supremo Tribunal Federal, uma pelo ministro Alexandre de Moraes e outra pelo ministro Dias Toffoli. Uma eventual reação se limitaria, portanto, a ações mais simbólicas, como a convocação de um colégio de procuradores, a decretação de um estado de atenção ou de greve e abaixo-assinados.
No entanto, há percepção de que quanto mais Aras obtém resistência, ainda que simbólica, de procuradores, mais sua indicação e recondução é vista como acerto pelo universo político.