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    Operação Lava Jato foi espetáculo de irregularidades, diz Alexandre Padilha à CNN

    Ministro das Relações Institucionais afirmou que o combate à corrupção é fundamental, mas "dentro da lei"

    Tainá FalcãoTiago Tortellada CNN , em Brasília e São Paulo

    Em entrevista exclusiva à CNN nesta sexta-feira (19), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a Operação Lava Jato foi um “espetáculo de irregularidades”.

    “A [Operação] Lava Jato é um cadáver fétido que, a cada vez que se mexe, fede cada vez mais. É um espetáculo de irregularidades, de atitudes ilegais de pessoas que se achavam acima da lei e, por isso, acreditavam que podiam fazer qualquer atitude ilegal em cima de objetivos que são cada vez mais claros, que são objetivos políticos”, avaliou o ministro.

    Ele declarou ainda que o combate à corrupção é fundamental, citando decretos recentes assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas “dentro da lei”.

    “Quando permitimos que alguém possa agir fora da lei, o resultado é exatamente esse: irregularidades, que a gente vai puxando o novelo e vai achando cada vez mais”, destacou, pontuando que também teriam sido feridos direitos individuais.

    Também nesta sexta, Daniela Lima, âncora da CNN, noticiou que a Polícia Federal (PF) comprovou que a Lava Jato utilizou um grampo ilegal na cela do doleiro Alberto Youssef, preso na operação.

    Conforme explicou Leandro Resende, analista de Política da CNN, diversos ex-procuradores que atuaram na operação declararam, ao longo dos anos, que a a delação premiada de Youssef foi algo fundamental para o restante dos trabalhos.

    Questionado sobre a apuração da ilegalidade contra o doleiro, Padilha defendeu que “toda vez que você começa uma investigação, um processo, de forma irregular, você também abre espaço de ter um questionamento do processo como um todo”.

    Assim, ele destacou que essa situação é um “aprendizado fundamental” para a cultura política e institucional do Brasil, sendo fundamental seguir a lei.

    Relação com o Congresso, Arthur Lira e prioridades

    Já sobre a relação do governo federal com o Congresso Nacional, Padilha disse que sabe que esse é um terreno de “muita tensão, mediação e diálogo”.

    Em seguida, ele explicou que é fundamental ter noção das prioridades e que o governo elencou cinco delas, como eleger presidências das Câmaras e composição das comissões de forma que houvesse governabilidade e reformular medidas provisórias feitas por Jair Bolsonaro (PL), aprovando-as sem impacto negativo para o governo.

    Além disso, segundo o ministro, outra prioridade era a sessão do Congresso que votou o Orçamento, para aprovar quatro projetos de remanejamento que garantiam recursos para o Bolsa Família, para o reajuste dos servidores federais, para ciência e tecnologia e o piso da enfermagem.

    Conforme ele explicou à CNN, ainda há duas delas a serem alcançadas: recriação dos programas sociais, que são medidas provisórias que precisam ser votadas pelo Congresso para não perderem validade, e a questão econômica, aprovando o marco fiscal e votando a reforma tributária no primeiro semestre na Câmara dos Deputados.

    Citando a aprovação da urgência para o projeto do novo marco fiscal, Padilha avaliou que houve uma “grande votação” e que há “tudo para repetir” esse cenário na semana que vem, quando o mérito do texto deve ser avaliado.

    Por fim, Alexandre Padilha avaliou que a relação com Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, é boa do ponto de vista institucional.

    “Temos uma ótima relação institucional, de debate, tem críticas, recados, posições firmes do governo… É assim. Esse governo não quer o silêncio do Congresso”, pontuou.

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