Operação Contragolpe: ex-assessor de Bolsonaro é um dos alvos
Mario Fernandes é general da reserva e chegou a ser ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência do ex-presidente
Um dos alvos da Operação Contragolpe, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (19), é Mario Fernandes, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fernandes é general da reserva, foi secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, o número dois da pasta, e chegou a assumir a secretaria de forma interina.
O militar também é parte dos “kids pretos”, um grupo de elite do Exército composto por militares treinados para atuar em missões sigilosas, além de em ambientes hostis e politicamente sensíveis.
Até março deste ano, Fernandes atuava como assessor no gabinete do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ). Ele foi demitido após se tornar um dos investigados no inquérito que apura o planejamento de um golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022.
Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Mario Fernandes não poderia exercer função pública, já que é alvo das investigações.
Ele foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão, cumpridos pela Polícia Federal na Operação Veritatis, realizada em fevereiro. O militar também aparece na gravação da reunião ministerial em que Bolsonaro cobra uma “reação” no país, caso Lula vencesse as eleições presidenciais.
De acordo com investigadores, ele foi um dos participantes do encontro que defendeu medidas contra o resultado das urnas. Além disso, é apontado como um nome que instigou a cúpula militar a embarcar na trama golpista.
A CNN tenta contato com Mario Fernandes e outros investigados.
Operação Contragolpe
A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã desta terça-feira (19), uma operação contra organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a PF, o grupo — formado em sua maioria por militares das Forças Especiais (FE), os chamados “kids pretos” — visava um golpe de Estado para impedir a posse do governo eleito em 2022.
O planejamento operacional da organização era denominado como “Punhal Verde e Amarelo”. Os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes deveriam ocorrer em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Outros alvos da PF:
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército Brasileiro e integrante dos “kids pretos”;
- Rafael Martins de Oliveira, major do Exército Brasileiro, com formação em forças especiais, e integrante dos “kids pretos”;
- Rodrigo Bezerra de Azevedo, major do Exército Brasileiro, mestre em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército Brasileiro e integrante dos “kids pretos”;
- Wladimir Matos Soares, policial federal