Onze nomes próximos a Bolsonaro estão em lista de investigação de CPI
A equipe técnica da comissão afirma que os políticos fizeram postagens consideradas fake news sobre a pandemia da Covid-19


Uma lista com onze políticos, próximos ao presidente Jair Bolsonaro, que fizeram postagens consideradas fake news sobre a pandemia da Covid-19 pela equipe técnica da CPI da Pandemia foi finalizada e enviada aos senadores que fazem parte do núcleo responsável pela linha de investigação de disseminação de notícias falsas.
A identificação dos nomes é a primeira fase dessa linha de investigação. A próxima fase terá apoio de um delegado da Polícia Federal, cedido pela CPMI das Fake News, para avançar na investigação sobre o financiamento das publicações. Essa segunda parte será iniciada no retorno do recesso parlamentar, dia 2 de agosto.
A lista finalizada pela equipe técnica contém ainda 37 perfis no Instagram dedicados às campanhas antivacinas; oito blogs, sites e perfis no Facebook que disseminaram fake news sobre a pandemia; além dos onze perfis de Twitter, que contém postagens de membros da família Bolsonaro e assessores diretos, que já tiveram quebras de sigilo aprovadas.
Um dos nomes da lista com mais ocorrências de publicações de fake news em suas redes sociais é o deputado federal e ex-ministro Osmar Terra, que prestou depoimento na CPI da Pandemia no dia 22 de junho.
Os filhos do presidente da República, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e o senador Flávio Bolsonaro (Patriota), também aparecem na lista.
Esses perfis e publicações são identificados para apurar se influenciaram na piora da pandemia. “A fase agora será de detectar quem financiou pessoas e perfis que espalharam fake news na pandemia”, disse um membro da equipe.
O núcleo de investigação das Fake News é composto pelos senadores Alessandro Vieira (CIDADANIA), Renan Calheiros (MDB), Humberto Costa (PT) e Rogério Carvalho (PT). Ao final de todas as fases de investigações, os senadores vão indicar se será o caso de responsabilizar os envolvidos.
Durante o recesso, os sete núcleos de investigação da CPI estão se reunindo separadamente para analisar documentos e montar planos de trabalho. Também há reuniões diárias entre as equipes técnicas para compartilhar informações sobre o que identificaram nos documentos.
Procurada, a assessoria de Osmar Terra informou que ele não vai se manifestar. A CNN entrou em contato com a assessoria de Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.