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    O que é a PEC das Drogas, que está na pauta de comissão da Câmara

    Proposta mantém criminalização, mas afasta pena de prisão de quem for considerado usuário

    CCJ da Câmara debaterá PEC nesta terça
    CCJ da Câmara debaterá PEC nesta terça 10/04/2024 - Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

    Aline Fernandescolaboração para a CNN

    São Paulo

    Em debate nesta terça-feira (4) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a proposta de emenda à Constituição (PEC) 45/2023 criminaliza a posse e o porte de qualquer quantidade de entorpecentes no país.

    Conhecida como PEC das Drogas, ela é de autoria do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No Senado, ela foi aprovada em abril.

    Agora, com relatoria do deputado Ricardo Salles (PL-SP), ela será analisada pela comissão da Câmara, que fará o exame de admissibilidade da matéria. Se for aprovada, a PEC será encaminhada a uma comissão especial e, por fim, ao plenário para ser votada.

    A matéria inclui um novo parágrafo ao artigo 5º da Constituição, ao determinar que a posse e o porte de entorpecentes e substâncias similares serão considerados crime, “independentemente da quantidade”. A proposta também prevê que deve ocorrer uma “distinção entre o traficante e o usuário”. Quem não for considerado traficante deve receber penas alternativas e tratamento contra dependência.

    Atualmente, a lei brasileira não faz distinção clara entre usuário e traficante. O critério precisa ser definido pelo juiz do caso.

    Para que a mudança seja incluída na Constituição, a PEC precisa de aprovação nas duas Casas do Congresso.

    Uma vez aprovado pelos deputados, com no mínimo 308 votos, o trecho passará a integrar o rol das cláusulas pétreas, ou seja, aquelas que não podem ser extintas, mesmo por outra PEC.

    Assunto em julgamento no Supremo

    A chamada PEC das Drogas foi uma reação do Congresso Nacional ao julgamento que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2015. No caso específico, a defesa de um condenado pede que o porte de maconha para uso próprio deixe de ser considerado crime. O homem foi detido com três gramas de maconha.

    O placar atual é 5 a 3 para a descriminalização. Votaram pela inconstitucionalidade de enquadrar como crime o porte para uso pessoal os ministros Gilmar Mendes (relator), Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber (já aposentada).

    Já os ministros Cristiano Zanin, André Mendonça e Nunes Marques divergiram, votando para continuar válida a regra atual da Lei de Drogas e manter como crime a posse de maconha para uso pessoal. Ainda faltam os votos de Toffoli e dos ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia.