“O crime organizado atua fora do país: ou nos unimos ou perderemos”, diz chefe da PF à CNN
Ao CNN Entrevistas, o diretor-geral Andrei Rodrigues destaca parceria com Interpol para tentar sufocar facções criminosas
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu a necessidade de uma mobilização mundial para impedir a expansão de facções criminosas.
Ao CNN Entrevistas, o chefe da força policial ressaltou que o crime organizado não tem mais fronteiras e que, por isso, a lógica de enfrentamento mudou.
“Quem pensa que vai combater o crime organizado dentro das fronteiras do seu país se equivoca gravemente. Ou vamos combate juntos ou vamos perder essa batalha”, disse.
O chefe da Polícia Federal pregou a necessidade de estímulo à cooperação por meio de mecanismos e agências multilaterais. E citou como exemplo o tráfico de drogas.
“Hoje, o Brasil não produz cocaína, mas os países vizinhos produzem. Então, a droga é produzida em um país, transita pelo Brasil, chega à África e é levada para a Europa. E o criptoativo, usado no pagamento, pode estar na Ásia”, afirmou à CNN.
Andrei ressaltou que hoje o mais importante é atuar para tentar descapitalizar o crime organizado, tentando tirar seu poder econômico. Segundo ele, no ano passado, foram retidos em torno de R$ 3 bilhões dos grupos criminosos.
“Eu estimo que, neste ano, se não superarmos, vamos chegar muito perto desse montante, demonstrando que o nosso foco é específico, enfrentando os chefes dessas organizações”, afirmou.
O diretor-geral também destacou que o fato inédito de um brasileiro estar à frente da Interpol deverá ajudar no combate transnacional dos grupos criminosos.
Destacou também que a PEC da Segurança Pública, discutida pela Casa Civil, amplia a atuação da Policia Federal para enfrentar as organizações criminosas.
“A proposta vem para permitir que o governo federal trace, com lastro constitucional, diretrizes que serão construídas e seguidas com as unidades de federação”, resumiu.