“Nunca permitimos sair do esquadro da Constituição e das leis”, diz Aras em último discurso como PGR
Procurador-geral da República ressaltou a importância da instituição na manutenção do equilíbrio democrático
Um dia antes de deixar o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), Augusto Aras disse que a Constituição Federal é o único consenso possível diante da polarização extrema.
A fala ocorreu em seu último discurso no cargo, nesta segunda-feira (25), durante a sessão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
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“Tivemos a polarização, que chegou a níveis extremamente complexos […] Nós nunca permitimos sair do esquadro da Constituição e das leis. No momento de crise e polarização e radicalização, só há um caminho e um consenso possível, que é o consenso da Constituição”, ponderou Aras.
Em seu discurso, o procurador também ressaltou a importância da instituição na manutenção do equilíbrio democrático no país e destacou fala do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que elogiou a gestão do trabalho de Aras à frente da PGR.
“O ministro Dias Toffoli trouxe para cá uma matéria que é a defesa da democracia. Sua Excelência sabe bem o esforço que nós fizemos nos anos de 2021, 2022 e até os primeiros meses de 2023 para manter o equilíbrio democrático no país [….] As palavras do ministro Toffoli hoje, um dia, adiante, serão detalhadas para que todo o povo brasileiro saiba que a democracia desse país preservada passou por essa instituição”, disse o procurador.
Aras também rebateu as críticas recebidas pela mídia e ressaltou que sai com “o sentimento de dever cumprido, com a satisfação de ter realizado os projetos”.
“Com a leitura da vida de grandes homens, e falo no Winston Churchill, não ter medo de desagradar à imprensa, quem quer que seja, quando tenho a convicção do que fiz, faço e farei se encontra no grau daquilo que me convence de ser bom para a sociedade, da qual eu me incluo como cidadão”, declarou.
Augusto Aras termina seu mandato na Procuradoria-Geral da República nesta terça-feira (26). Ele esteva na função desde 2019, tendo sido indicado e reconduzido, em 2021, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A expectativa é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indique o novo procurador-geral nos próximos dias.