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    Número 2 da “nova” Abin causa mal-estar na cúpula da PF

    Chefe da PF, Andrei Rodrigues, está insatisfeito com a escolha de Alessandro Moretti para a função de diretor-adjunto da agência de inteligência

    Tainá Falcãoda CNN

    A nomeação do novo número dois da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão que acabou de deixar a estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e migrou para a Casa Civil, causou incômodo na cúpula da Polícia Federal.

    O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, está insatisfeito com a escolha de Alessandro Moretti para a função de diretor-adjunto da Abin.

    Moretti é homem de confiança do delegado Luiz Fernando Corrêa, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o comando da agência, mas tem sido visto com desconfiança por setores do governo. O motivo: ter sido chefe do setor de inteligência da PF durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

    O novo diretor-adjunto da Abin também ocupou o cargo de secretário-executivo de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e preso em razão dos atos golpistas de 8 de janeiro.

    Foi na casa de Torres que a PF encontrou a minuta de um decreto que instituiria “estado de defesa” após a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais. O texto ficou conhecido como “minuta do golpe”.

    A relação de Andrei Rodrigues com a antiga cúpula da PF é cercada por ruídos desde a campanha presidencial, quando o atual diretor-geral coordenou a segurança do então candidato Lula.

    Na época, o delegado se desentendeu com a superintendência da PF no DF, por ter tido pedido negado para um reforço na segurança de Lula.

    À reportagem, interlocutores da PF relatam que há receio de que a escolha por Moretti possa comprometer o diálogo da Abin com a corporação.

    Além disso, a nomeação de Moretti pegou Rodrigues de surpresa, segundo interlocutores. O delegado disse a aliados que, se tivesse sido consultado, não teria cedido o policial para ocupar o novo cargo.