Nogueira é craque em um time de jogadores ruins e técnico péssimo, diz deputado
"Geralmente, isso estraga a carreira do craque e termina com a demissão do técnico", avaliou o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos
O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou em entrevista à CNN que o novo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, é “craque em um time com jogadores ruins e com técnico péssimo”.
“Geralmente, isso estraga a carreira do craque e termina com a demissão do técnico”, avaliou Ramos.
Embora reconheça a competência do senador licenciado para ocupar o posto, o deputado federal ressaltou que nomeação de Nogueira não muda a relação dele com o governo federal.
Marcelo Ramos e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem se desentendendo desde o dia 15 de julho, quando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi aprovada pelo Congresso Nacional, possibilitando o aumento do Fundo Eleitoral.
O deputado estava presidindo a sessão que sancionou a LDO e o fundo eleitoral de quase R$ 6 bilhões, o que gerou crítica de parte do Congresso e da opinião pública.
Segundo o vice-presidente da Câmara, o chefe do Executivo dizia que iria vetar o Fundo Eleitoral, mas trabalhava nos bastidores por um “acordão”.
“Não demorou muito para que as máscaras caíssem e o próprio presidente [Bolsonaro] verbalizasse esse acordão que deixa claro que, desde o início, o interesse dele sempre foi dar aumento do Fundo Eleitoral para agradar sua base e também porque ele vai para uma eleição em condições diferentes do que ele foi nas eleições passadas”, disse.
Na avaliação de Ramos, além do financiamento privado de campanhas se mostrar muito caro para os cofres públicos, a transição de como esse financiamento é feito não foi discutida com sociedade civil.
Segundo o parlamentar, o melhor modelo atualmente seria o de financiamento privado com teto de doação “muito baixo”. Ramos, no entanto, ressaltou que modelo de financiamento público é melhor que o antigo.
Ainda de acordo com ele, a matéria deve ser enterrada assim que os trabalhos na Câmara retornem, visto que o debate em torno do Fundo Eleitoral “sequestrou” a pauta da política.
“O mais angustiante é em um país de 540 mil mortos por conta da pandemia, de 15 milhões de desempregados, de 19 milhões de pessoas com fome, e a gente falando de Fundo Eleitoral”, avaliou. “Isso não muda nada na vida do brasileiro que passa fome.”