No Senado, Bolsonaro discute estratégias para destravar PL da Anistia
Tema foi debatido em almoço com aliados em meio à expectativa de denúncia da PGR contra o ex-presidente
Em um almoço com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), senadores discutiram, nesta terça-feira (18), estratégias para destravar a tramitação do projeto de lei que prevê anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
De acordo senadores que participaram do encontro, Bolsonaro pediu que a proposta seja tratada como prioridade pela oposição em 2025.
Aliados do ex-presidente defendem a articulação para convencer o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que há condições favoráveis para pautar o tema.
“Os presidentes das duas Casas [Davi Alcolumbre, do Senado, e Hugo Motta, da Câmara dos Deputados] já têm consciência de que esse é um apelo não apenas de parte dos senadores e deputados, mas também da sociedade”, afirmou o senador Marcos Rogério (PL-RO).
Para viabilizar a aprovação do projeto e obter apoio de diferentes setores políticos no Congresso, a oposição avalia retirar a anistia total para determinados crimes cometidos nos ataques às sedes dos Três Poderes.
A medida se aplicaria a três tipos de crimes penais: associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.
“Quando o tema chegar ao plenário, até mesmo parlamentares da base governista, ao analisarem a severidade das penas, o exagero e a postura vingativa adotada nesse julgamento, entenderão a necessidade da anistia”, ressaltou Marcos Rogério.
Nesta terça-feira, o ex-presidente afirmou que há quórum na Câmara para aprovar a proposta.
“Não vai ter dificuldade para colocar em pauta”, disse durante visita ao Senado.
Bolsonaro também alegou que a proposta, tida como prioridade, não o beneficiaria.
“Não se trata de anistia no meu caso… o meu caso é mudar a Lei da Ficha Limpa”, afirmou Bolsonaro.