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    No Nordeste, Lula prometerá entrega de mais de cem obras interrompidas por Bolsonaro

    Viagem de Lula a Bahia e a Sergipe é vista como virada de página para assuntos caros ao novo governo e mantém presidente distante de polêmicas em semana importante para economia

    Tainá Falcãoda CNN

    Brasília

    Na primeira viagem ao Nordeste, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer sacramentar o retorno de uma de suas primeiras marcas de governo e promessa de campanha eleitoral: o programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida.

    A ideia é anunciar o compromisso  de dois milhões de novas moradias até o final do mandato. A entrega das primeiras casas será em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, e priorizará obras inacabadas nas gestões dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

    O ministro de Transportes, Renan Filho (MDB) já está na Bahia para entrega de viadutos na cidade de Feira de Santana. Em Sergipe, o presidente deverá anunciar a retomada de mais de cem obras paralisadas — estradas e algumas ferrovias — durante a gestão Bolsonaro ou em ritmo lento de execução por falta de recursos, segundo o novo governo.

    Renan Filho disse à reportagem que já estão previstos R$ 22 bilhões em investimentos em infraestrutura de transportes somente este ano. Segundo ele, Bolsonaro investiu quase o mesmo valor — R$ 20 bilhões — em quatro anos de mandato.

    A promessa de retomada das obras, no entanto, dependerá de novos investimentos. “Se mantivermos espaço fiscal deste ano, nos próximos anos, com reforma tributária e com novo arcabouço fiscal, teremos condições de investir 100 bilhões em quatro anos com recursos próprios, mas teremos também alternativas pra levantar capital privado e operação de crédito para infraestrutura.”, disse Renan Filho

    O presidente e o ministro estarão em Sergipe, nesta quarta-feira (15), para a vistoria de obras da BR-101, com previsão de entrega no próximo ano.

    Lula x BC

    No entorno do presidente, conselheiros comemoram a primeira viagem de Lula pelo Brasil como forma de transferir a comunicação do governo para assuntos positivos.

    As pautas importantes para o governo acabaram capturadas, na visão desses interlocutores, pelos atos de 8 de janeiro e recentemente pela briga entre governo e BC.

    Apesar de defenderem as críticas à instituição, muitos personagens do entorno de Lula aconselham o presidente a não personificá-las mais em Roberto Campos Neto.

    A missão está dada aos petistas no Congresso, que tentam convencer outras lideranças da base do governo sobre um requerimento de convocação do presidente do BC. Até mesmo dentro do partido, a pressão sobre Campos Neto ainda não é pacificada.

    No Senado

    No Senado, o senador Otto Alencar (PSD), como antecipou a CNN, pretende convidá-lo a participar de audiência na Comissão de Assuntos Econômicos. Pela Lei, o presidente do BC deve comparecer ao Senado duas vezes por ano, portanto, seria uma antecipação.

    Alencar, porém, disse à reportagem, que a sugestão será antes feita ao próprio Campos Neto, considerado um ‘amigo’ pelo político. A conversa deverá ocorrer depois do carnaval.

    A dúvida é se Lula conseguirá se manter distante do embate numa semana decisiva, quando ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e Planejamento, além de Campos Neto, discutirão meta de inflação em reunião do Conselho Monetário Nacional.