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    Nise pode detalhar suposto gabinete paralelo à CPI, diz Rogério Carvalho

    Senador petista, suplente na comissão, diz que oitiva com a médica ajudará a esclarecer possível existência e funcionamento de grupo de suporte ao presidente

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo; Produzido por Renata Souza*, da CNN, em São Paulo

    O depoimento da médica oncologista Nise Yamaguchi à CPI da Pandemia poderá fornecer informações importantes sobre o funcionamento de um suposto gabinete paralelo de orientação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia de Covid-19, afirmou nesta segunda-feira (31) o senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente na comissão.

    “Amanhã, vamos ter uma oitiva com a Nise Yamaguchi que, tudo indica, participa do grupo que dá suporte ao presidente e é responsável, junto com outras pessoas, pela orientação que o presidente segue e por todas as medidas que ele tentou adotar, contrariando o que o mundo orientava em termos de controle da expansão da pandemia“, disse Carvalho, em entrevista à CNN.

    A médica será a primeira depoente à CPI nesta semana, que terá ainda um grupo de médicos na quarta-feira (2) – neste dia, serão ouvidos Clovis Arns da Cunha, que é presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, e outros três especialistas.

    “Ela é fundamental para a gente saber quem está nesse gabinete, como funciona, de onde veio a orientação do uso da cloroquina – que, no Brasil, cumpriu um papel muito ruim porque gerou a sensação de proteção na população”, continuou.

    Carvalho disse esperar que a oitiva com a médica ajude a abrir o que chamou de “caixa-preta” do funcionamento desse suposto gabinete paralelo.

    “O maior foco é saber como esse núcleo funciona (…) Como geraram desinformação e fizeram o enfrentamento das medidas adotadas por governadores e prefeitos.”

    Ele disse que também devem ser feitos questionamentos sobre o próprio uso da cloroquina, mas que esse debate deve ter menor força pelo fato de oitivas anteriores já terem tratado da falta de evidência científica do medicamento.

    Senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI da Pandemia
    Senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI da Pandemia
    Foto: CNN Brasil (31.mai.2021)

    Retorno de Queiroga à CPI

    Questionado sobre o motivo para a decisão de adiantar a volta do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à CPI, o senador disse que isso se deve à necessidade de explicações sobre atitudes do presidente Bolsonaro, que continuam em desencontro com as orientações da pasta e do próprio ministro.

    “Ele [Queiroga] é fundamental para explicar como a sociedade vai ficar com essa desinformação permanente, esse conflito permanente, enquanto iniciamos uma terceira onda que pode ter uma gravidade muito maior por conta da quantidade de pessoas expostas à contaminação e com o presidente estimulando encontros, aglomeração e aparecendo em público sem máscara”, afirmou.

    Depoimento de governadores

    Sobre o movimento de governadores que procuraram o Supremo Tribunal Federal (STF) para que não sejam obrigados a comparecer à comissão, Carvalho disse não esperar uma mudança no entendimento prévio da Corte, de que cabe aos Legislativos estaduais investigar os chefes dos Executivos estaduais.

    “De qualquer forma, seria muito importante que governadores pudessem, espontaneamente, participar da CPI para mostrar o quanto foi difícil adotar medidas restritivas, viabilizar vacinas para suas populações e as dificuldades colocadas pelo governo federal – que deveria ter trabalhado sincronicamente”, afirmou.

    “[Mas] creio que, como convidados, alguns governadores devem comparecer à CPI (…) Se algum se dispuser a participar como convidado, para contribuir, vai ser muito importante para esclarecer as dificuldades que tiveram.”

    (*sob supervisão de Letícia Vidica)

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