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    “Não quero peitar o Supremo”, diz Bolsonaro sobre decreto para corrigir “excesso” do STF

    Presidente afirmou que indulto foi para corrigir injustiça por pena excessiva a deputado Daniel Silveira

    Felipe Romeroda CNN

    Jair Bolsonaro (PL) voltou a se manifestar sobre o indulto concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), após condenação pelo Supremo Tribunal Federal. O presidente justificou fazer o decreto em benefício do deputado para “corrigir” um “excesso” do STF.

    “Eu não quero peitar o Supremo ou dizer que sou mais importante ou tenho mais coragem, longe disso”, declarou, em entrevista à rádio Metrópole, de Cuiabá, nesta sexta-feira (29).

    “Não se discute que houve um excesso por parte do STF, um deputado, por mais que tenha falado coisas absurdas, e ninguém discute isso, mas a pena não pode ser de oito anos e nove meses em regime fechado, perda de mandato, inelegibilidade”, afirmou, citando a prerrogativa que o cargo lhe dá para concessão da graça.

    “Caberia a mim e a mais ninguém desfazer essa injustiça”, continuou. “Então, para corrigir essa injustiça nós aqui assinamos a graça.”

    Voto de André Mendonça sobre Silveira

    O presidente falou ainda sobre o voto do ministro André Mendonça, indicado por ele ao Supremo, a favor de uma condenação com pena mais branda.

    “Alguns me diziam que Mendonça deveria pedir vistas, mas eu não mando no voto dos ministros que indiquei, posso conversar com eles, como converso com qualquer um dos outros nove, se houver interesse mútuo da nossa parte, mas não mando no voto”, afirmou.

    “Mendonça foi bastante criticado, mas aos poucos o pessoal vai entendendo o que aconteceu naquela sessão, ele é uma pessoa religiosa, conservador, trabalhamos muito para ele conseguir aquela cadeira no STF, e tenha certeza que é um homem que está a frente do povo e da família”, declarou.

    O outro ministro indicado por Bolsonaro ao Supremo, Nunes Marques, foi o único a votar pela não condenação de Silveira.

     

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