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    “Não existe crime de intenção no Brasil”, diz Carla Zambelli à CNN

    Diante das novas revelações de Cid de que o ex-presidente se reuniu com a cúpula das Forças Armadas para discutir a possibilidade de um golpe de Estado, a oposição se divide sobre a estratégia de reação

    Pedro Venceslauda CNN , em São Paulo

    A deputada federal e vice-líder da oposição na Câmara, Carla Zambelli (PL-SP), disse à CNN que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não pode ser acusado por um crime que não se consumou após as novas revelações sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid.

    O militar disse à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente se reuniu com a cúpula do Exército, Marinha e Aeronáutica para discutir detalhes de um plano para não deixar o poder. A informação confirmada pela CNN foi revelada primeiramente por O Globo e UOL.

    “Não há provas. Mas ainda que tivessem, querem culpar o Bolsonaro pela suposta intenção de um golpe que não aconteceu. Não existe crime de intenção. É como naquele filme Minority Report”, afirmou a parlamentar à CNN.

    O filme de ficção científica de 2002 se passa no ano 2054, quando há um sistema que permite que crimes sejam previstos com precisão.

    Diante das novas revelações de Cid, a oposição se dividiu sobre a estratégia de reação. O entorno do ex-presidente avalia a ideia de fazer uma ofensiva nas redes para desacreditar Cid, mas deputados e lideranças ligadas às Forças Armadas resistem.

    Em caráter reservado, uma liderança bolsonarista da Câmara diz que há muito ressentimento entre os apoiadores do ex-presidente devido à falta de apoio a antigos aliados que foram “deixados para trás”.

    Veja também: Em delação premiada, Mauro Cid diz que Bolsonaro discutiu minuta do golpe com militares

    O que dizem as defesas?

    Em nota, a defesa de Mauro Cid cita as matérias da imprensa sobre “possíveis reuniões com a cúpula militar para avaliar golpe no país” e afirma que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”.

    Os advogados de defesa de Jair Bolsonaro (PL) emitiram um comunicado alegando que o ex-presidente “jamais compactuou” com qualquer movimento ilegal. Eles afirmam que o ex-presidente “durante todo o seu governo jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal”.

    A defesa ainda alega que Bolsonaro “jamais tomou qualquer atitude que afrontasse os limites e garantias estabelecidas pela Constituição e, via de efeito, o Estado Democrático de Direito”.

    Por fim, os advogados afirmaram que vão adotar “medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso”.

    Marinha do Brasil divulgou uma nota à imprensa esclarecendo que “não teve acesso ao conteúdo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid” e “não se manifesta sobre processos investigatórios em curso no âmbito do Poder Judiciário”.

    No comunicado, a Marinha ainda reafirma que “pauta sua conduta pela fiel observância da legislação, valores éticos e transparência”. E reitera que “eventuais atos e opiniões individuais não representam o posicionamento oficial da Força e que permanece à disposição da justiça para contribuir integralmente com as investigações”.

    CNN também entrou em contato com Exército e Aeronáutica, mas ainda não teve retorno.

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