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    “Não aceitaremos violência como método de fazer política”, afirma viúva de Marielle à CNN

    Vereadora Monica Benicio disse ainda que espera mais delações premiadas após avanços no caso nesta segunda-feira (24)

    Da CNN , São Paulo

    O assassinato de Marielle Franco “demonstra o quanto a nossa democracia ainda é muito frágil”, disse à CNN a vereadora carioca Monica Benicio (PSOL) , nesta segunda-feira (24), dia em que foi revelado que delação do ex-policial militar Élcio Queiroz apontou o também ex-PM Ronnie Lessa foi o autor dos disparos que mataram a política e o motorista Anderson Gomes.

    Viúva de Marielle, Mônica disse que o assassinato passou a mensagem à sociedade de que o Brasil tem grupos políticos capazes de matar como forma de fazer política “na certeza da impunidade”, mas que isso não será tolerado por ela e outras autoridades que cobram a resolução do caso. “Nós não aceitaremos a violência ou a barbárie como método de fazer política neste país”.

    A viúva também disse que espera novas delações premiadas sobre o caso após a feita por Queiroz. “Espero que seja a primeira [delação] de muitas outras e que ajude a fechar esse quebra-cabeça. Os assassinatos da Marielle e do Anderson, infelizmente, foram muito bem executados. São quatro anos já passados da prisão do Ronnie Lessa e do Élcio Queiroz, e, agora, o Élcio Queiroz quebra o silêncio. Espero que isso acabe estimulando que outros personagens, outros atores relacionados a esse assassinato, possam nos revelar o que foi que aconteceu na noite de 14 de março de 2018”, declarou.

    Benicio ainda classificou a delação de Élcio Queiroz como “um passo importante” para a resolução das investigações, confirmando as suposições feitas até o momento pelas autoridades policiais

    “A gente chega a um momento onde elementos da investigação, que antes estavam sendo colocados a respeito de provas, através da delação do Élcio, eles ficam corroborados. Élcio agora é um réu confesso. Espero que isso estimule outros envolvidos a também [delataram], para [a polícia] chegar à elucidação desse caso e saber quem contratou Ronnie Lessa, quem pediu, quem solicitou que o Ronnie Lessa fosse o algoz de Marielle e Anderson. Essa é a pergunta mais importante”, completou.

    A vereadora se reuniu com a força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro nesta segunda para ouvir as atualizações do caso, o que, segundo ela, foi feito para garantir mais transparência às investigações.

    “A gente segue perguntando: quem mandou matar Marielle e o porquê. São perguntas que a gente deve ao nosso país, deve à democracia”, finalizou Benicio.

    *Publicado por Pedro Jordão, da CNN

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