MST diz que chegou a entendimento com governo e prevê plano de reforma agrária em maio
De acordo com o MST, houve "vitória" do movimento com a retomada do debate sobre o assunto e avanços importantes nas negociações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) disse em comunicado, nesta quinta-feira (20), que chegou a um entendimento com o governo federal e declarou encerrada sua mais recente jornada nacional pela reforma agrária.
De acordo com o MST, houve “vitória” do movimento com a retomada do debate sobre o assunto e avanços importantes nas negociações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A mobilização ocorreu em 18 estados.
O comunicado afirma que a Secretaria-Geral da Presidência e o Ministério do Desenvolvimento Agrário assumiram o compromisso de lançar em maio um plano de reforma agrária com ações, metas e cronogramas.
O MST diz ainda teria se comprometido a tomar medidas para assentar famílias que invadiram terras da Embrapa em Petrolina (PE) e da Suzano em Aracruz (ES). Assim que houver vistoria das áreas em Pernambuco e a instalação de uma mesa de negociações no Espírito Santo, o movimento promete realizar assembleias e organizar a saída das famílias.
De acordo com o MST, há cerca de 100 mil famílias em acampamentos no Brasil. Dessas, 30 mil famílias estão em áreas na condição de pré-assentamentos em processos não concluídos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Um pedido de CPI do MST já foi protocolado na Câmara dos Deputados e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou à bancada ruralista que poderá instalar a comissão nas próximas semanas.
No comunicado desta quinta-feira, o MST disse que o governo federal abriu negociação e criou grupos de trabalho para atender às demandas do movimento.
“O MST reafirmou o apoio ao presidente Lula, ao governo federal, à democracia e às lutas pelo programa de mudanças sociais que venceu as eleições, a partir da experiência histórica de que negociação se faz com luta popular”, afirma o comunicado.