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    MPF pede abertura de inquérito contra Piquet por declaração em manifestação

    Ex-piloto defendeu que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse para o cemitério

    Gabriel Hirabahasida CNN , em Brasília

    O Ministério Público Federal (MPF) pediu, nesta quinta-feira (3), a abertura de um inquérito policial contra Nelson Piquet por declarações antidemocráticas do ex-piloto sobre o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o processo eleitoral brasileiro.

    O MPF pediu que Piquet seja investigado sobre possível incitação pública a crime, bem como à animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constituídos.

    Em vídeo divulgado nas redes sociais, Piquet aparece em uma das manifestações registradas nos últimos dias contra o resultado eleitoral em que Lula saiu vitorioso contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). No vídeo, Piquet fala em “botar Lula (…) fora disso” e defende “Lula lá no cemitério”.

    “Vamos botar Lula filho de uma p… fora disso. (…) E Lula lá no cemitério, filho de uma p…”, disse Piquet.

    O pedido de abertura de inquérito se deu após o Ministério Público ter recebido uma representação com a gravação de Piquet.

    Para o MPF, as declarações do ex-piloto aparentam não se limitar a meras expressões de opinião a respeito do governo eleito, mas como formas concretas de incitação dirigida à população em geral.

    “As declarações proferidas por Nelson Piquet, em análise preliminar, aparentam não se limitar a meras expressões de opinião a respeito do governo eleito – situação em que seriam constitucionalmente asseguradas -, podendo constituir de forma concreta formas de incitação dirigida à população em geral, voltadas tanto à prática de violência contra o candidato eleito, assim como à animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constituídos. Nessa linha, há fortes elementos extraídos das circunstâncias em que foram proferidas as declarações que autorizam a necessidade de investigação dos fatos”, afirmou o procurador Paulo Roberto Galvão de Carvalho, que assina o pedido.

    “Em segundo lugar, tratando-se de pessoa de notoriedade pública, também deveria ser sabido que as declarações teriam o potencial de alcançar centenas de milhares de pessoas, como de fato o fizeram. Em terceiro lugar, e como já exposto, as declarações teriam sido proferidas no bojo de manifestações em que parcela dos participantes de fato demandava a não admissão do governo eleito, inclusive com a formulação de pedidos de intervenção às Forças Armadas. Portanto, era facilmente deduzível ao representado que suas declarações poderiam – como ainda podem – realmente incitar a prática de atos concretos de violência contra o governante eleito ou contra o governo eleito”, completa o procurador.

    A CNN tenta entrar em contato com a defesa de Nelson Piquet. Se respondido, este texto será atualizado.

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