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    MPF investiga presidente da Caixa por suposta ação contra manifesto da Fiesp

    Pedro Guimarães teria ameaçado retirar o banco estatal da Febraban caso a entidade assinasse o documento que pedia harmonia entre os Poderes

    Raquel Landim

    O Ministério Público Federal abriu uma apuração sobre conduta do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, na suposta ação contra o manifesto divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e mais 247 entidades pedindo harmonia entre os Três Poderes.

    De acordo com os documentos do processo, aos quais a CNN obteve acesso, os procuradores querem saber se Guimarães cometeu o crime de “improbidade administrativa” ao supostamente usar um órgão de Estado para defender um governo.

     

    O presidente da Caixa, supostamente, teria ameaçado retirar o banco da  Federação Brasileira de Bancos (Febraban) caso a entidade assinasse o manifesto. O documento final não conta com a participação da Febraban.

    O texto, planejado para ser divulgado antes das manifestações do Sete de Setembro, pedia harmonia entre o Executivo, Legislativo e Judiciário brasileiro.

    A Febraban havia aceitado a sua adesão ao documento após a aprovação do seu Conselho Diretor. Dos 18 membros, 14 votaram a favor, dois se abstiveram e dois votaram contra – Caixa e Banco do Brasil, ambos entidades estatais.

    Guimarães teria ameaçado retirar a Caixa da Febraban caso o manifesto fosse publicado, pois não poderia assinar um documento contra o governo.

    Em e-mails entregues ao Ministério Público, a Febraban informa que no dia 1º de setembro, o presidente da Caixa enviou uma mensagem para João Moreira Salles, acionista do Unibanco e presidente do Conselho Diretor da Febran, pedindo uma nova reunião da entidade para debater o manifesto.

    No e-mail seguinte, Moreira Salles nega o pedido de Guimarães, afirmando que “seria impossível atender [o pedido] sem entrar em desacordo com o estatuto” da entidade.

    O manifesto da Fiesp foi publicado no dia 10 de setembro, mas sem a assinatura da Febraban.

    O episódio chamou a atenção dos procuradores porque o MPF já tem um inquérito aberto para acompanhar a governança e compliance da Caixa após a empresa ser envolvida nas operações “Cui Bono”, “Sépsis”, “A Origem” e “Patmos”.

    Segundo os documentos, o Ministério Público pediu para que Pedro Guimarães envie a sua defesa.

    Procurada pela CNN, a Caixa preferiu não de pronunciar, a Febraban também não comentou.