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    Mourão: demissão no Inpe é ‘rearranjo’ e não impacta monitoramento na Amazônia

    Vice-presidente negou que saída de Lubia Vinhas do posto esteja relacionada a uma intenção do governo de alterar fiscalização de desmatamento

    Larissa Rodrigues e Guilherme Venaglia, da CNN em Brasília e em São Paulo

    O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) negou, em audiência no Senado nesta terça-feira (14), que a recente exoneração de uma servidora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) seja uma tentativa de ocultar dados do órgão, que apontam alta no desmatamento da Amazônia.

    Coordenadora-geral do Observatório da Terra do Inpe, Lubia Vinhas foi exonerada na segunda-feira (13), por ordem do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes. Questionado sobre o tema, Mourão, que também presidente o Conselho da Amazônia, disse que se trata de um “rearranjo” dentro instituto.

    “A Lubia vai ocupar uma outra função de até mais responsabilidade que ela tinha. Eu quero deixar claro que a verdade faz parte do meu modo de vida, se os dados forem ruim nós vamos mostrar, porque a mentira quebra a confiança”, completou.

    O Ministério da Ciência e Tecnologia também havia classificado a mudança como rearranjo.

    “A Dra. Lubia Vinhas tem participado desse processo e está de acordo com as mudanças, que eram previstas e não tem qualquer relação com a produção e a divulgação dos dados de desmatamento, que continuarão a seguir os mesmos procedimentos com qualidade e transparência”, disse a pasta.

    Mais cedo, na mesma fala aos senadores, o vice-presidente defendeu a aprovação de um projeto de lei que garanta mais recursos para a Operação Verde Brasil 2. Trata-se de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que permite a utilização das Forças Armadas para o combate a crimes ambientais na Amazônia.

    Desmatamento

    Segundo a plataforma de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, apenas em maio o desmatamento na Amazônia foi de 828,91 km² – o maior registrado no mês desde 2016.

    Em maio de 2016, foi registrado 408,1 km² de desmatamento, enquanto em 2017 o valor foi menor: 363,48 km². Já em 2018, foram contabilizadas 549,88 km², enquanto em 2019 foram 738,56 km².

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    O governo federal tem sido cobrado por investidores e empresários do Brasil e do exterior a reduzir as taxas de cortes de árvores e queimadas na região. 

    Na semana passada, em entrevista à CNN, o vice-presidente afirmou que se compromete contra o desmatamento, mas que vê “politização” nas cobranças.

    “A gente tem que ter consciência que existe uma disputa geopolítica mundial. O Brasil hoje é um produtor de alimentos consagrado, é um país que cada vez mais tem condição de alimentar a população mundial”, argumentou Mourão.

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