Mostrar união na oposição era objetivo dos atos, dizem organizadores
Carta à nação de Bolsonaro esfriou movimento, mas pauta econômica é aposta para manter mobilização contra governo


Os organizadores dos protestos deste sábado (2) avaliam que esse ato de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi o de maior representatividade até aqui.
Em conversas com a analista de política da CNN Thais Arbex, o pré-candidato ao governo do estado de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) afirmaram que o objetivo das manifestações de hoje não era superar numericamente os atos de apoio a Bolsonaro no 7 de Setembro, mas sim fazer uma fotografia do momento político, em que é possível colocar num mesmo caminhão representantes de diferentes matizes ideológicas.
Freixo fez uma analogia ao movimento das Diretas Já, que se construiu aos poucos e também uniu líderes de campos distintos. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) enviou uma nota à CNN em que afirma que “o grito de hoje não é um ponto final, mas o início de uma caminhada”.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo estima que 8 mil pessoas compareceram ao ato deste sábado. Segundo os organizadores, 100 mil pessoas participaram da manifestação na capital paulista.
Nos atos do dia 12 de setembro, também de oposição a Bolsonaro, a Polícia Militar informou que foram 6 mil pessoas. Já no 7 de Setembro, nos atos pró-Bolsonaro, a polícia estimou o público em 125 mil pessoas.
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Manifestantes se reúnem no Museu de Arte de São Paulo (Masp) para protestar contra o governo Bolsonaro neste sábado (2); atos acontecem em diversas capitais • Isabella Faria / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes participam de ato contra o governo Bolsonaro neste sábado (2); carros de som e lideranças de partidos políticos já estão na Avenida Paulista, em São Paulo • Daniel Tozzi / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes reunidos durante protesto contra o governo Bolsonaro neste sábado (2), na Avenida Paulista, em São Paulo • Daniel Tozzi / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes contra o governo Bolsonaro começam a se reunir na Avenida Paulista neste sábado (8) • Daniel Tozzi / CNN Brasil (2.out.2021)
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Concentração de manifestantes contra o governo Bolsonaro neste sábado (2), na Avenida Paulista, em São Paulo • CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes pedem 'Fora Bolsonaro' na Avenida Paulista, em São Paulo • CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestação contra Bolsonaro em Campinas, no interior de São Paulo, neste sábado (2) • Wagner Souza / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Concentração para manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro • Lucas Neves / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes e políticos ocupam as ruas do centro do Rio na manhã deste sábado (2) contra o governo do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) • Lorando Labbe / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Marcelo Freixo (PSB) é recebido em protesto contra Bolsonaro no Rio de Janeiro • CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes se reúnem no Rio de Janeiro para protesto contra o governo federal • Antônio Carlos Mansur / CNN Brasil (2.out.2021)
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Manifestantes reunidos em Brasília neste sábado (2) durante protesto contra o presidente Jair Bolsonaro • Juliana Lopes / CNN Brasil (2.out.2021)
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Movimentos populares e sindicais foram às ruas no Campo Grande, em Salvador, em protesto contra o governo Bolsonaro • Cleber Sandes / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro neste sábado (2), na região central de Recife (PE) • Marlon Costa / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro neste sábado (2), na região central de Recife (PE) • Marlon Costa / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Protesto contra o presidente Jair Bolsonaro, realizado na cidade de Belém, no Pará, neste sábado (2) • Marx Vasconcellos / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Movimentos populares e sindicais voltam as ruas para protestar pedindo Fora Bolsonaro, neste sábado (2), em Salvador, na Bahia • Cleber Sandes / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Manifestações contra o governo Bolsonaro em Fortaleza neste sábado (2) • CNN / Reprodução (2.out.2021)
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Manifestações contra o governo Bolsonaro em Recife neste sábado (2) • CNN / Reprodução (2.out.2021)
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Protesto contra Bolsonaro, em Criciúma, Santa Catarina, neste sábado (2) • Ulisses Job / Estadão Conteúdo (2.out.2021)
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Ciro Gomes em ato contra o governo de Jair Bolsonaro na Av. Paulista neste sábado (2) • GUILHERME GANDOLFI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Fernando Haddad, Eduardo Suplicy e Guilherme Boulos durante manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro na Av. Paulista, em São Paulo • WESLEY REZENDE /PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Manifestantes participam de protesto contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), neste sábado, 02, na Avenida Paulista, região central de São Paulo • GABRIELE DORO/MYPHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Manifestantes participam de um protesto contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã deste sábado, 02, no Centro do Rio de Janeiro • WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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Embora a intenção dos organizadores fosse de união na oposição, esse não é um desafio simples. Há entre os opositores muitos pretendentes à presidência em 2022. O ponto de unidade, pelo o que os protestos de hoje mostraram, está na pauta econômica.
Em São Paulo, houve faixas reclamando do preço do gás, da gasolina, dos alimentos. No 12 de setembro, organizado pelos grupos MBL (Movimento Brasil Livre), Vem Pra Rua e Livres, a pauta central era a vacinação. Em Brasília, houve ainda algumas agendas mais específicas, como manifestantes contra a PEC da reforma administrativa ou contra a privatização dos Correios.
Apostando numa percepção de que a crise pode mobilizar a população cada vez mais os organizadores dos atos deste sábado já planejam nova mobilização para o dia 15 de Novembro.
Um dos fatores para uma adesão não tão expressiva aos protestos de hoje foi a esfriada na temperatura política com o recuo de Bolsonaro com a carta à nação, idealizada pelo ex-presidente Michel Temer, no rescaldo dos atos de 7 de Setembro. Essa é a avaliação do analista Caio Junqueira.
Para ele, o movimento de oposição pode gerar um fenômeno de agregação para o segundo turno. Bolsonaro criou em torno de si uma oposição tanto à esquerda quanto à direita, ambas com projetos eleitorais muito distintos. “O que vimos hoje foi um possível embrião para uma coligação em torno do ex-presidente Lula no segundo turno”, diz.
*com informações de Thais Arbex e Caio Junqueira