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    Morre “Major Curió”, comandante da repressão militar à Guerrilha do Araguaia

    O tenente-coronel da reserva estava internado em um hospital em Brasília

    Morre aos 87 anos o Major Curió, que combateu a Guerrilha do Araguaia
    Morre aos 87 anos o Major Curió, que combateu a Guerrilha do Araguaia ESTADÃO CONTEÚDO

    Da CNN

    em Brasília

    O tenente-coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como “Major Curió”, morreu na madrugada desta quarta-feira (17), aos 87 anos, no Hospital Santa Lúcia, em Brasília.

    “Major Curió” foi um dos principais envolvidos no episódio na Guerrilha do Araguaia, um conflito ocorrido nos anos 70, durante a ditadura militar, no qual foram mortos militantes armados que se organizavam na região contra o regime.

    Curió esteve no comando de operações em que guerrilheiros do Araguaia foram capturados, conduzidos a centros clandestinos de tortura, executados e desapareceram.

    Também foi agente infiltrado da ditadura militar, tendo se passado por um engenheiro civil do Incra para se infiltrar no movimento oposicionista e entregar militantes para serem detidos em centros clandestinos de detenção. A informação está no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), de 2014, que listou Curió como um dos 377 agentes do Estado brasileiro que praticaram crimes contra os direitos humanos.

    O militar da reserva chegou a ser recebido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio do Planalto, em 2020. Após a visita, o perfil oficial da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) no Twitter saudou Curió como um herói.

    O Ministério Público Federal emitiu representação afirmando que a publicação é uma ofensa direta e objetiva ao princípio constitucional da moralidade administrativa, por representar uma apologia à prática, por autoridades brasileiras, de crimes contra a humanidade e graves violações aos direitos humanos.

    O episódio levou o governo do presidente Jair Bolsonaro a ser denunciado à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos, após uma denúncia do Instituto Vladimir Herzog, do Núcleo de Preservação da Memória Política e o PSOL.

    A informação da morte foi confirmada pelo hospital à CNN. No entanto, não foram divulgados mais detalhes do quadro do paciente “por questão de sigilo médico”.