Moraes foi de juiz a ator político no caso com Musk, afirma professor
Professor Gustavo Sampaio analisa atuação do ministro do STF no caso envolvendo o empresário Elon Musk
O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e especialista em direito constitucSupremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, passou “de juiz para uma imagem de ator político” ao longo do embate com o empresário Elon Musk.
ional, Gustavo Sampaio, afirmou que o ministro doEm entrevista à CNN Brasil, Sampaio analisou a atuação de Moraes no caso e abordou questões como a impessoalidade dos atos de um magistrado e os possíveis impactos econômicos das decisões judiciais.
Concentração de processos e críticas à impessoalidade
O especialista explicou que a concentração de processos relacionados aos inquéritos de milícias digitais e ataques à autoridade do STF sob a relatoria de Moraes ocorreu devido à estrutura do tribunal e à designação feita pelo então presidente da corte, ministro Dias Toffoli.
“Como se trata de um juiz que tem uma postura extremamente enérgica, uma postura bastante altiva, tem-se avolumado a crítica em torno de uma certa quebra de impessoalidade ou talvez neutralidade da parte do ministro, mas são ossos do ofício”, afirmou Sampaio.
Consequências econômicas das decisões judiciais
O professor também alertou para as possíveis consequências econômicas das decisões judiciais, especialmente no caso envolvendo a empresa Starlink, de propriedade de Elon Musk.
“O sistema de antenas e transmissão da Starlink no Brasil hoje é usado por grande parte do agronegócio brasileiro. Muitas fazendas de grande porte no Centro-Oeste, por exemplo, coordenam seus tratores, suas máquinas de colheita a partir da Starlink”, explicou Sampaio.
Ele ressaltou que uma eventual interrupção desses serviços poderia afetar significativamente setores importantes da economia brasileira, como o agronegócio e a navegação marítima.
O especialista concluiu destacando a importância de o Supremo Tribunal Federal considerar as consequências práticas de suas decisões, adotando uma visão “consequencialista” sem, no entanto, ser considerado excessivamente ativista.