Moraes envia à PGR pedido para tirar sigilo das mensagens entre Aras e empresários
Quatro senadores pedem que seja determinado o levantamento do sigilo dos diálogos entre o PGR e empresário bolsonaristas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre pedido para uma cópia das mensagens entre o procurador-geral da República Augusto Aras e empresários que foram alvo de mandados de busca e apreensão.
O envio é praxe e faz parte do processo.
“Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, para manifestação”, afirmou Moraes. O ministro não faz menção sobre a existência ou não de tais diálogos.
A movimentação ocorreu em ação apresentada por quatro senadores.
No pedido, os parlamentares pedem que seja determinado o levantamento do sigilo dos diálogos e que o sigilo seja transferido ao Senado Federal, órgão competente constitucionalmente para avaliar eventual crime de responsabilidade do Procurador-Geral da República, no rito próprio da ação de impeachment”.
Os parlamentares também afirmam que “o conhecimento público acerca dos temas realmente tratados nas conversas mantidas entre altíssimas autoridades públicas e empresários adeptos a tensões antidemocráticas é uma medida necessária, justamente para que haja um escrutínio social e amplo das reais intenções de determinadas autoridades federais”.
“Dessa forma, requer-se que, para além do aprofundamento da apuração dos fatos já colecionados, como desdobramento dos supostos fatos gravíssimos hoje elucidados no bojo do cumprimento da ordem judicial de lavra de Vossa Excelência, seja determinado o levantamento do sigilo dos diálogos antidemocráticos entre empresários e o procurador”.
O ministro divulgou nesta segunda-feira (29) a decisão que autorizou a operação. A operação foi deflagrada após o portal Metrópoles revelar trocas de mensagens em um grupo de WhatsApp em que os empresários defendiam um golpe de Estado. Na decisão, Moraes cita os diálogos.
Sobre a suposta conversa, a CNN entrou em contato com a PGR e aguarda retorno.