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    Moraes diz que solicitação ao TSE era o caminho mais eficiente: “Não há nada a esconder”

    Trata-se da primeira declaração do ministro sobre o caso de que teria usado o Tribunal Superior Eleitoral fora do rito para investigar bolsonaristas

    Lucas MendesPatrícia Nadirda CNN Brasília

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou pela primeira vez publicamente, nesta quarta-feira (14), sobre o caso de que teria usado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fora do rito para investigar bolsonaristas.

    “Nenhuma das matérias preocupa meu gabinete, me preocupa, ou a lisura dos procedimentos. Todos os procedimentos foram realizados no âmbitos de investigações já existentes”, disse Moraes.

    Segundo Moraes, “não há nada a esconder”. O ministro afirmou que todos os documentos ou relatórios pedidos ao órgão de combate à desinformação do TSE se referiam a pessoas já investigadas pelo STF.

    A fala foi feita no começo da sessão plenária do Supremo. Antes, os ministros Roberto Barroso, presidente do STF, e Gilmar Mendes, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também fizeram manifestações em seu apoio.

    O magistrado também afirmou que as investigações dos casos ocorriam sob responsabilidade da Polícia Federal (PF) e com acompanhamento da Procuradoria-Geral da República (PGR).

    Conforme Moraes, acionar diretamente o órgão do TSE era o “caminho mais eficiente” para a investigação na ocasião. A outra opção seria demandar informações à PF. De acordo com o ministro, a corporação “num determinado momento pouco colaborava com as investigações”.

    “Eu, como presidente do TSE, determinava à assessoria que realizasse o relatório. O relatório, realizado oficialmente, ficava e fica nos arquivos do TSE e era enviado ao STF. Enviado e protocolado no inquérito e na investigação específica. Dado imediatamente ciência à PGR e remetido à Polícia Federal para continuidade das investigações”, declarou o ministro.

    “Seria esquizofrênico eu me auto oficiar, até porque como presidente do TSE, no exercício do poder de polícia, eu tinha o poder pela lei de determinar a feitura dos relatórios”, disse.

    Moraes também afirmou que os relatórios desmandos ao TSE visavam a registrar publicações nas redes sociais antes de serem eventualmente apagadas pelos usuários.

    O magistrado afirmou que os relatórios solicitados ao TSE reuniam publicações com teor golpista e antidemocráticos.

    “Todos eles diziam sobre o que? Sobre gabinete de ódio, sobre fraude nas urnas eletrônicas, tentativa de golpe, o chamamento ao que depois ocorreu em 12 de dezembro, com a depredação da sede da PF, aquele ônibus que foi incendiado em Brasília, a glorificação da tentativa de bomba no aeroporto de Brasília na véspera do Natal, a tentativa de tumultuar a posse do no presidente da República.”

    Moraes também agradeceu aos ministros Barroso e Gilmar e ao PGR Paulo Gonet pelas declarações em seu apoio, feitas no começo da sessão.

    “Lamento que interpretações falsas, errôneas, de boa ou má-fé, acabem produzindo o que precisamos combater nesse país, que são notícias fraudulentas”, afirmou.

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