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    Moraes consultará PGR sobre tramitação de inquérito contra Salles

    O ministro questionará se seria mais adequado manter a apuração no STF ou remetê-la à Justiça Federal, já que Salles não é mais ministro do Meio Ambiente

    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes
    O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Gustavo Uribeda CNN

    O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes consultará a PGR (Procuradoria-Geral da União) para definir a tramitação do inquérito que investiga o envolvimento do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles em suspeita de contrabando internacional de madeira.

    Por se tratar de uma apuração que envolve o Ministério do Meio Ambiente, o magistrado pretende questionar se seria mais adequado manter a apuração no Supremo ou remetê-la à Justiça Federal, já que Salles não faz mais parte da Esplanada dos Ministérios.

    A tendência, segundo apurou a CNN junto a integrantes do STF e da PGR, é de que a investigação seja remetida à primeira instância da Justiça Federal, uma vez que, ao deixar o cargo, Salles perdeu prerrogativa de foro privilegiado.

    O pedido de demissão feito na quarta-feira (23) por Salles teve como objetivo preservar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-ministro já havia colocado o seu cargo à disposição no mês passado, mesmo dia da deflagração de operação da Polícia Federal que apurava suspeita de contrabando internacional de madeira brasileira.

    Na época, o presidente pediu que o então ministro seguisse no cargo. Nesta quarta-feira (23), segundo relatos feitos à CNN, Salles novamente sugeriu a Bolsonaro que poderia deixar o posto para não desgastar a imagem do governo. Desta vez, no entanto, o presidente aceitou a oferta do ex-auxiliar.

    Salles colocou o cargo à disposição, de acordo com assessores palacianos, devido aos avanços das investigações contra ele no rastro da Operação Akuanduba, autorizada por Moraes.

    Na semana passada, Moraes autorizou o envio do celular de Salles aos Estados Unidos para que seja desbloqueado, permitindo o acesso aos dados. A investigação da Polícia Federal também apontou operações financeiras suspeitas do escritório de advocacia que o ex-ministro tem sociedade com a mãe.

    Segundo aliados de Salles, o ex-ministro ficou com receio de que o avanço das investigações pudesse contaminar a imagem do governo. E, por isso, decidiu se antecipar para preservar o presidente e para evitar criar uma nova crise política.

    A operação da Polícia Federal contra Salles teve início a partir de informações da embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Ela apura indícios de contrabando de madeira da floresta amazônica.
    Na decisão em que autorizou a operação, Moraes afirma que, com base em depoimentos e documentos, há suspeitas sobre a existência de “grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”.