Moraes autoriza transferência de “kids pretos” para prisão em Brasília
Mario Fernandes e Rodrigo Bezerra estão presos no Rio de Janeiro e são investigados pela suposta tentativa de golpe
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a transferência de dois militares, investigados por participação na suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O general Mário Fernandes e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo estão presos preventivamente pelo caso, no Rio de Janeiro. Os dois têm formação nas Forças Especiais do Exército, grupo de elite cujo os militares são conhecidos como “kids preto”, treinado para atuar em missões sigilosas com ambientes hostis e politicamente sensíveis.
A dupla deve ser transferida para instalações do Comando Militar do Planalto. Moraes também autorizou a visita das esposas e filhos de ambos, “desde que atendidas as normas regulamentares do batalhão”.
A decisão do ministro é de sexta-feira (29) e foi publicada nesta segunda-feira (2).
Quem são
O general da reserva Mario Fernandes teria sido o responsável pela elaboração do planejamento operacional “Punhal Verde Amarelo”, ação clandestina que visava assassinar Moraes, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Segundo relatório da Polícia Federal, ele atuou como o elo entre os líderes dos manifestantes golpistas, instalados principalmente no QG do Exército em Brasília, e o governo de Jair Bolsonaro (PL), coordenando o planejamento e a execução de atos antidemocráticos, conforme o interesse dos envolvidos.
Ele foi indiciado pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa no inquérito da PF.
A corporação indiciou, ao todo, 37 pessoas pelos três crimes, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo foi ouvido pela PF em 28 de novembro. Conformou mostrou a CNN, ele deve ser o 38º indiciado pela tentativa de golpe.
A CNN mostrou que a PF viu contradições no depoimento do militar à equipe de investigação. Ele negou qualquer envolvimento no plano de matar autoridades.
