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    Moraes autoriza silêncio de Cid, Sererê Xavante e PMs em depoimentos à Câmara Legislativa do DF

    Eles deverão se apresentar como testemunha e só podem ficar calados caso haja risco de autoincriminação; CLDF tem uma CPI para apurar os atos de 8 de janeiro

    Lucas Mendesda CNN , Em Brasília

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu nesta segunda-feira (26) o direito ao silêncio e não autoincriminação durante os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, de oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e do indígena José Acácio Serere Xavante à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

    A CLDF tem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

    Cid e os demais deverão ser apresentados ao colegiado na condição de testemunha, conforme Moraes. Assim, terão o “dever legal de manifestar-se sobre os fatos e acontecimentos relacionados ao objeto da investigação”, disse o ministro.

    O direito ao silêncio pode ser usado se eles tiverem que responder “perguntas cujas respostas possam resultar em seu prejuízo ou em sua incriminação”.

    O magistrado também autorizou que os depoimentos sejam feitos com a presença de um advogado dos depoentes.

    O pedido para ouvir Cid e os demais partiu dos deputados distritais. Em 15 de junho, Moraes autorizou o depoimento deles.

    Na ocasião, o ministro também autorizou a oitiva de Alan Diego dos Santos, condenado pela Justiça do DF pela tentativa de atentado a bomba em um caminhão de combustível próximo ao Aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022.

    Agora, o ministro deu uma decisão complementar para determinar as condições dos depoimentos.

    Todos os que tiveram a oitiva autorizada por Moraes estão presos. Conforme a decisão, deve haver prévia concordância deles em participar da CPI.

    Depoimentos

    O indígena José Acácio Serere Xavante motivou protestos com incêndio de veículos em Brasília em dezembro. Já os oficiais da PM que tiveram o depoimento autorizado são Cláudio Mendes dos Santos, Flávio Silvestre Alencar e Eduardo Naime Barreto.

    Havendo consentimento, a condução até a CLDF deverá ser feita com escolta policial, e as datas devem ser previamente agendadas com o local em que estão detidos.

    A lista dos nomes com depoimento autorizado à CLDF e os locais de custódia são:

    • Alan Diego Dos Santos – Complexo Penitenciário Da Papuda;
    • José Acácio Sererê Xavante – Complexo Penitenciário Da Papuda;
    • Major Cláudio Mendes Dos Santos – 19º Batalhão Da Polícia Militar Do Distrito Federal;
    • Major Flávio Silvestre Alencar – Academia De Polícia Militar De Brasília, No Distrito Federal;
    • Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid – Batalhão De Polícia Do Exército De Brasília/DF;
    • Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto – Academia De Polícia Militar, No Distrito Federal.

    Moraes negou os pedidos da CLDF para ouvir Antônio Cláudio Alves Ferreira e George Washington de Oliveira Sousa.

    O primeiro — que derrubou o relógio de Dom João VI no Palácio do Planalto em 8 de janeiro — porque está preso em Uberlândia. O segundo — também condenado pela tentativa de atentado a bomba em Brasília — porque não foi preso por ordem do STF, e sim do Tribunal de Justiça do DF.

    Nesta segunda-feira (26), Moraes e a ministra Cármen Lúcia deram decisões semelhantes em relação a Cid, Jorge Naime e ao coronel Lawand, convocados para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro no Congresso.

    Os ministros autorizaram o silêncio se eventual pergunta puder incriminá-los.

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