Molon: ‘Bolsonaro quer pressionar Congresso por aprovação de voto impresso’
Comboio militar ocorreu na manhã de hoje na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no dia da votação da PEC
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (10), o deputado Alessandro Molon (PSB), líder da oposição na Câmara, disse acreditar que não é uma coincidência a marcação do desfile do comboio militar, com tanques e armamentos, com o dia da votação da PEC do voto impresso no plenário da Casa.
O desfile militar ocorreu na manhã de hoje na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e foi recepcionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Essa é uma clara tentativa do Palácio do Planalto, do presidente, de pressionar o Congresso para aprovar a proposta na qual ele tem insistido, e com base na qual ele espera melar, atrapalhar e confundir as eleições de 2022”, avaliou o deputado do PSB.

Na avaliação de Molon, Bolsonaro “já percebeu” que irá perder a eleição presidencial do próximo ano e que, se não impedir que o pleito ocorra, “será derrotado”. “Por isso, essa confusão toda [sobre] o voto impresso”, disse à CNN.
“Portanto, não é uma coincidência. É uma tentativa inaceitável de pressão, intimidação e de ameaça contra o Parlamento brasileiro, e que deve ser rechaçado com a votação do dia de hoje.”
Ainda segundo o deputado, a votação da PEC do voto impresso não deve ser adiada.
“O que eu defendo é que se vote hoje a PEC do voto impresso e que ela seja derrotada com um placar acachapante. É hora de afirmar a democracia. Esse é um dos momentos mais tensos desde a redemocratização, e a nossa posição tem que ser clara: contra o voto impresso e contra qualquer ameaça, chantagem e intimidação.”
