Molica: Presidente recusar ajuda da Argentina desestimula o voluntariado
No quadro Liberdade de Opinião desta sexta-feira (31), Fernando Molica analisa a justificativa do presidente sobre recusar a ajuda da Argentina com as enchentes na Bahia
No quadro Liberdade de Opinião desta sexta-feira (31), o comentarista Fernando Molica analisa a justificativa do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre recusar a ajuda da Argentina com a situação da Bahia.
Na quarta-feira (29), o país se ofereceu a enviar para a região, afetada por fortes chuvas desde o início do mês, 10 Cascos Blancos (Capacetes Brancos, em espanhol), profissionais especializados nas áreas de saneamento, logística e apoio psicossocial.
Bolsonaro, em suas redes sociais, recusou o apoio. Sua justificativa foi que já existem pessoas suficientes na região, e de que ficaria caro para o Brasil aceitar os profissionais.
Na análise de Molica, a justificativa de Bolsonaro é bastante complicada. “É indelicado falar desta forma de um país vizinho, especialmente um que está oferecendo ajuda. Mesmo que sejam apenas dez homens, seriam mais dez pessoas capacitadas para auxiliar nesta situação.”
Também reitera que a atitude desestimula o voluntariado, pois passa a impressão de que ajuda não é mais necessária no estado.
Ainda questiona se não há um motivo por trás da recusa do presidente. “Outro problema é o histórico do governo. Foi o caso da Venezuela, quando aconteceu a crise de oxigênio em Manaus no auge da pandemia. O governo venezuelano ofereceu oxigênio, por ter uma fábrica de respiradores em seu território, e o governo brasileiro não fez o menor esforço para buscar esta ajuda.”
“Tanto a Argentina quanto a Venezuela são governados por partidos de esquerda, com governantes que já foram muito criticados pelo presidente. Fica, então, uma desconfiança: será que Bolsonaro não aceitou a oferta porque não era necessária?”.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Fernando Molica e Ricardo Baronovsky. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.
*Sob supervisão de André Rigue.