Ministros precisam ir ao Senado explicar ações do STF, afirma senador Girão
Em entrevista à CNN, senador Eduardo Girão (Podemos-CE) disse que espera que o ministro Alexandre de Moraes seja convidado para responder perguntas
O feriado do 1º de Maio, Dia do Trabalhador, foi marcado por atos em favor de Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (2), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) disse que as manifestações favoráveis ao governo foram “legítimas” e “transcenderam” a questão do apoio a Bolsonaro.
Girão disse que os protestos foram um “apoio à liberdade de expressão”, ao citar o caso do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O senador declarou que “por mais que discorde do que Silveira falou, existe todo um devido processo legal dentro da Constituição para se punir isso”.
Girão chamou o inquérito do STF contra Silveira de “ilegal”, e disse que a Corte está “tocando o terror no Brasil”.
Ele citou um pedido que fez ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que o ministro Alexandre de Moraes seja convidado ao Senado para ser questionado pelos senadores.
“[Espero] que ele possa explicar o que disse, na época de sua sabatina, de que ele iria respeitar a Constituição”, afirmou Girão.
O senador disse que Pacheco prometeu “deliberar” sobre o pedido ainda nessa semana. Ele disse que espera que a ida de ministros do STF ao Senado possa ser “o início de um processo de pacificação”.
“O Senado não vem cumprindo o seu papel, vem assistindo de camarote ao que acontece no STF”, declarou.
“É legítimo esse grito das pessoas de querer mudanças. O Senado federal tem prerrogativa constitucional de fazer impeachment de ministros por conduções suspeitas, ou investigar, e nunca fez isso em 132 anos de república. Chegou a hora do Senado fazer esse papel”, acrescentou.
A CNN procurou a assessoria do Supremo Tribunal Federal (STF) e do ministro Alexandre de Moraes para comentar as falas do senador.
A assessoria da Corte optou por não fazer comentários sobre as declarações de Girão. Até o momento, não houve retorno por parte da assessoria do ministro.