Ministros do TCU cobram afastamento de auditor suspeito de tentar alterar dados
Acesso indevido a dados está sob investigação em sindicância interna na Corte
Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) cobram o afastamento de um auditor que teria tentado inserir, segundo apurado por sindicância interna, dados que não eram oficiais em procedimentos que tramitam na Corte relacionados ao combate da pandemia de Covid-19. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.
Esse auditor, coordenador de um grupo que atuava em diversas secretarias de tecnologia de inteligência, é próximo da família do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano. Ele teria sido cotado para assumir uma diretoria no banco, mas o TCU barrou a nomeação.
O corregedor do TCU, ministro Bruno Dantas, apura o caso e há grande pressão para que o auditor seja afastado por até 60 dias, como previsto em lei.
O gabinete do ministro Vital do Rêgo, responsável a partir desse bimestre pela fiscalização de contas relacionadas à pandemia, também solicitou que o auditor não participe de qualquer processo de tomada de contas a ser realizado a partir de agora nos contratos relacionados ao combate da Covid-19.
Ministros do TCU afirmam que são necessárias atitudes claras e firmes em relação ao caso, pois “o tribunal não pode ficar no meio de uma briga ideológica.”
Posicionamento do corregedor do TCU
“Os fatos até aqui apurados pela Corregedoria são graves e será necessário aprofundamento para avaliar a sua real dimensão. Para isso é necessária uma decisão da Presidente do TCU, Ministra Ana Arraes. Ainda é cedo para extrair conclusões, mas se ficar comprovado que o auditor utilizou o cargo para induzir uma linha de fiscalização orientada por convicções políticas, isso será punido exemplarmente.”
Ministro Bruno Dantas
Corregedor do TCU