Ministro da Economia vai ao STF contra delegado da PF
Delegado pediu ao Supremo que Paulo Guedes seja investigado em inquérito que apura irregularidades no fundo de pensão dos Correios
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Após pedido da Polícia Federal (PF) enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, seja investigado em inquérito que apura irregularidades no fundo de pensão dos Correios, o Postalis, a defesa do ministro irá à Corte contra o delegado que conduz o caso. O inquérito tramita há cinco anos e já tem como investigado, entre outros, o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
“Vamos peticionar junto ao ministro, demonstrando ponto a ponto que lamentavelmente o delegado está tentando induzir o STF a erro”, disse à CNN o advogado de Guedes, Ticiano Figueiredo.
A defesa sustenta que não há elementos para investigar o ministro e que o delegado faltou com a verdade ao STF. Um dos pontos abordados é que o delegado disse ao STF que era o presidente do inquérito, quando na verdade o inquérito no Supremo é presidido pelo relator, o ministro Luís Roberto Barroso, que de fato foi acionado pelos advogados.
Mais cedo, em nota à imprensa, a defesa de Guedes afirmou que o objetivo do pedido é “expor o Ministro da Economia”. Os advogados também lembraram que já haviam pedido, anteriormente, acesso ao inquérito, mas que o pedido foi negado pela própria Polícia Federal, que justificou, à época, que Guedes não era investigado.
“O pedido do delegado é tão abusivo e irresponsável que tenta se aproveitar para fazer uma devassa de 6 anos na vida do Ministro”, diz a defesa do ministro.
Além disso, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso lembraram que tanto a Justiça quanto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) “já destacaram que não houve qualquer indício de irregularidade ou crime relacionado ao Ministro Paulo Guedes no caso Postalis”.
À CNN, Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), disse que a entidade tem “plena confiança na qualificação técnica e jurídica do delegado federal Bruno Calandrini”.
“A ADPF tem plena confiança na qualificação técnica e jurídica do delegado federal Bruno Calandrini no comando das investigações que envolvem o ministro das Economia, Paulo Guedes. A Polícia Federal atua com isenção, equilíbrio e competência. A PF não persegue e nem protege qualquer pessoa, somente cumpre suas atribuições constitucionais como polícia de Estado e não de governo. E é sempre bom lembrar que ninguém está acima da lei. Portanto, é descabido qualquer tipo de ilação ou ataque contra o trabalho do responsável pela investigação. Não vamos admitir que nossas prerrogativas, independência e autonomia sejam questionadas ou ameaçadas por quem quer que seja”, disse.
Procurada, a PF não se manifestou.