Ministro da Defesa defende existência do GSI: “É instrumento de apoio ao presidente”
José Múcio Monteiro admite mudanças, mas condena extinção da pasta; sugestão de eliminação do órgão chegou a ser discutida durante a transição de governo e voltou ao debate após queda de ministro
Após a queda do general Gonçalves Dias do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, defendeu a existência do GSI no governo. A declaração foi dada a jornalistas em Lisboa, Portugal, nesta sexta-feira (21).
“Pode até mudar de nome. Usar outro nome. Outra sigla. Mas tem de haver. É necessário. Aquilo [GSI] é um instrumento de trabalho de apoio ao presidente da República”, disse.
A saída de Dias da função retomou discussões, entre aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre uma eventual extinção do GSI.
Interlocutores de Lula defendem, desde a transição, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a segurança presidencial sob comando da Polícia Federal sejam alocadas em uma nova secretaria a ser criada diretamente no Palácio do Planalto.
Ao ser questionado sobre manter um militar ou indicar um civil para o cargo, Múcio disse que não é uma decisão que lhe cabe, mas sugeriu ser necessário manter o cargo sob o comando de um militar. “Acho que mexer muito, agora não…”, respondeu.
Atualmente, o cargo está interinamente ocupado por Ricardo Cappelli, secretário-executivo do ministério da Justiça, ex-interventor de segurança do Distrito Federal por razão do 8 de janeiro.
“Lamentei muito [o que aconteceu], quero muito bem a ele [Dias], não concordo com essa narrativa que houve leniência. Ele é um dos mais fiéis amigos do presidente da República. Uma amizade de 20 anos. Evidentemente que, depois de 8 de janeiro, ficaram cicatrizes”, afirmou o ministro da Defesa.
“Ontem estive com o G. Dias, Falei com ele no telefone hoje, torço que supere isso porque é um homem de bem um homem sério, bem intencionado e amigo do presidente”, disse Múcio.
O ministro da Defesa disse ainda que intermediou uma conversa entre Gonçalves Dias e Ricardo Cappelli, que assumiu interinamente o GSI.
“Ele e o Cappelli conversaram no meu gabinete, foi uma conversa boa para os dois. Interessa para o governo pra sociedade que tudo seja esclarecido, o culpado tem que pagar para a tirar a suspeição que está em cima de alguns inocentes. É bom pra governo que essas coisas sejam esclarecidas, senão a gente não vira essa página nunca”, disse Múcio.