Ministra do TSE manda suspender impulsionamento de propaganda que ofende Lula
A propaganda da campanha de Jair Bolsonaro utiliza palavras como "mau-caráter" e "dissimulado" para supostamente se referir ao candidato
A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou o Youtube suspender, em 24 horas, o impulsionamento de uma propaganda da campanha de Jair Bolsonaro que faz uma suposta analogia com o candidato Luiz Inácio Lula da Silva associando-o às palavras “mau-caráter” e “dissimulado”, e também à expressão “que te roubou”.
A ministra analisou uma representação apresentada pela Coligação Brasil da Esperança contra a Coligação Pelo Bem do Brasil por suposta prática de impulsionamento ilícito de propaganda eleitoral negativa no YouTube e criação artificial de estados emocionais e passionais.
O vídeo questionado simula a conversa entre duas mulheres por chamada de vídeo em seus celulares, como se elas estivessem falando de um relacionamento anterior de uma delas, além de utilizarem imagens de capas de revistas “que retratavam os processos nos quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi inocentado, a fim de gerar a falsa sensação de que ele é culpado”.
Segundo a ministra, há problemas formais no procedimento de amplificação de alcance e de apresentação do conteúdo da propaganda.
Outra decisão
A ministra também determinou que o Partido Liberal, de Jair Bolsonaro, retire do ar um vídeo com imagens e trilhas sonoras para criar artificialmente estados mentais nos eleitores, no sentido de fazê-los associar a campanha de Bolsonaro a favor da vida, à paz e à serenidade, enquanto se refere aos seus adversários políticos contra a vida, a família e a religião cristã.
“Independentemente de tal debate, constato que, no caso concreto, o anúncio publicitário contratado, mesmo que enquadrado no conceito de impulsionamento, foi feito de forma irregular”, disse
Para a ministra, o conteúdo comparativo constante da mídia traz, inevitavelmente, crítica ácida aos adversários políticos dos representados e aos que se posicionam de modo diferente em tema de aborto, “sendo indiscutível tratar-se de impulsionamento de propaganda eleitoral negativa”.
A CNN procurou o Youtube, que ainda não se manifestou. O PL disse que vai cumprir a decisão da ministra assim que forem notificados e apresentarão a defesa no prazo legal.
