Damares alerta para aumento de violência contra mulher em período de isolamento
Segundo ministra, disque-denúncia de violência contra a mulher registrou um aumento de 9% de chamadas; boletins virtuais cresceram 50% no Rio de Janeiro
A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou nesta quinta-feira (2) que há uma grande preocupação com um aumento dos casos de violência contra a mulher no país durante o isolamento social determinado em consequência da pandemia de coronavírus, e fez um apelo para que as vítimas denunciem.
Segundo Damares, o canal de disque-denúncia de violência contra a mulher registrou um aumento de 9% de chamadas recentemente, enquanto no Rio de Janeiro, onde é possível fazer boletins de ocorrência pela internet, o número e notificações está 50% acima da média.
“Por favor, denuncie. O ministério garante o sigilo e o anonimato ao denunciante. O que nós não podemos deixar é de denunciar. Nossos canais foram ampliados para o recebimento de denúncias”, disse a ministra em entrevista coletiva no Palácio do Planalto sobre o coronavírus.
Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério da Mulher, entre os dias 17 e 25 deste mês foram registradas 3.303 ligações recebidas, com 978 denúncias, um aumento em comparação com as 3.045, com 829 denúncias registradas, entre os dias 1º e 16 de março.
Outros países também têm relatado aumento no número de casos de violência contra a mulher durante a pandemia de coronavírus, que levou muitos governos a decretarem quarentenas e medidas de isolamento social, mantendo as pessoas em casa pela maior parte do tempo.
O governo espanhol informou nesta semana que as ligações ao disque-denúncia criado pelo país para as vítimas da violência de gênero dispararam nas duas primeiras semanas da interdição pelo estado de emergência imposto para combater a disseminação do coronavírus.
As chamadas na Espanha aumentaram 12,4% neste período quando comparadas com a mesma quinzena do ano passado, e as consultas ao site do serviço cresceram 270%, disse o Ministério da Igualdade.