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    Ministério da Defesa envia representação contra Gilmar Mendes à PGR

    Ministro do STF criticou a situação do Ministério da Saúde, que está sendo chefiado por um militar, e disse que o Exército está "se associando a um genocídio"

    Caio Junqueirada CNN

    O Ministério da Defesa encaminhou nesta terça-feira (14) à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, em razão de suas declarações no último sábado (11), na qual apontou que o Exército está se associando a um genocídio no país.

    A representação é assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e pelo comandante do Exército, Edson Pujol.

    A PGR confirmou à CNN que a representação do Ministério da Defesa chegou ao órgão e será analisada. “A praxe é autuar como notícia de fato (espécie de apuração preliminar), para dar início à tramitação interna, e, após a análise, decidir pelo prosseguimento ou não”, disse a PGR em nota.

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    Mais cedo hoje, Gilmar Mendes afirmou em live do site Jota que suas declarações sobre a atuação do Exército na pandemia de Covid-19 são em defesa da institucionalidade do papel das Forças Armadas, para que não se envolvam na política e não se deixem usar no contexto. 

    O ministro do STF também divulgou uma nota em que pede uma “interpretação cautelosa” de sua afirmação sobre o emprego de militares na área da Saúde. Segundo Mendes, em sua manifestação durante a transmissão pela internet, destacou que as Forças Armadas estão “sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado”.

    Em entrevista à analista da CNN Basília Rodrigues pela manhã, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) cobrou de Mendes um pedido de desculpas. “Se tiver grandeza moral ele tem que se retratar. Eu não vi interferência (do ministro), vi o cidadão Gilmar Mendes fazer uma crítica fora de propósito”, disse. 

    Ontem (13), aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) montaram uma operação para minimizar desconfortos entre o governo e Mendes, apurou a âncora da CNN Daniela Lima. Ministros do governo entraram em campo para sondar os ânimos do ministro do STF e pretendiam distanciar Bolsonaro da reação do Ministério da Defesa — que, naquele momento, já havia divulgado uma nota de repúdio à fala de Gilmar Mendes.

    O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por sua vez, buscou minimizar a declaração de Mendes. 

    “Foram palavras duras, mas acho que o que ele quis dizer foi muito mais preocupação pela imagem que o Exército tem do que um ataque às Forças Armadas. O ministro Gilmar Mendes tem atuado de forma independente e com boas decisões nos últimos anos. Temos que respeitar”, afirmou Maia.

    (Com informações de Gabriela Coelho, da CNN em Brasília)

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