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    Ministério compartilhou link de canal com pedido de golpe de Estado em 2022

    Publicação feita pelo perfil oficial do Ministério da Defesa redireciona usuários do X (antigo Twitter) para grupo no Telegram com a seguinte mensagem: "Dê o golpe jair"

    Lucas Schroederda CNN , São Paulo

    Em 7 de novembro de 2022, ainda sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Defesa publicou em seu perfil oficial no X (à época Twitter) um link que redireciona o usuário para um canal no Telegram com uma mensagem de pedido de golpe de Estado. A informação foi reveleada pelo Estadão no domingo (9) e confirmada pela CNN.

    A publicação feita pela pasta, chefiada na ocasião pelo general Paulo Sérgio Nogueira, comunicava sobre o relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas produzido após o segundo turno da eleição presidencial daquele ano.

    A postagem (veja abaixo), que seguia disponível até a publicação deste texto, diz o seguinte: “#NotaOficial. Defesa informa sobre o relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação”. Na sequência, o ministério orienta que o público acesse a íntegra do comunicado através de um link do aplicativo de mensagens Telegram.

    Publicação feita pelo Ministério da Defesa em 7 de novembro de 2022 • X/Reprodução

    No entanto, ao acessar o link disponibilizado, o usuário é levado para um canal nomeado “Ministério da defesa” (com a letra “d” minúscula, o que indica erro no nome da pasta), no qual é possível ler: “Dê o golpe jair”. Confira:

    Publicação feita no canal “Ministério da defesa” no Telegram • Reprodução

    O canal não traz nenhuma outra publicação além da mensagem acima e não se trata da conta oficial da Defesa na plataforma digital.

    O verdadeiro perfil do ministério no Telegram apresenta a grafia correta da pasta (Ministério da Defesa, com a letra “d” maiúscula) e leva o adendo “Oficial” em seu registro (@MinisteriodaDefesaOficial).

    Além disso, a conta oficial da Defesa é seguida por mais de 22 mil usuários e faz publicações periódicas.

    Ainda nesta segunda-feira (10), o Ministério da Defesa publicou uma nota oficial solicitando a exclusão do perfil no Telegram, “que usa indevidamente o nome da pasta”.

    “O Ministério da Defesa informa que solicitou à plataforma Telegram, nesta segunda-feira (10.03), a exclusão do canal que usa indevidamente o nome no Ministério da Defesa. Cabe destacar que o canal citado em reportagem do Estadão não é utilizado atualmente pela pasta”, escreveu o ministério em publicação no X.

    Relatório sobre as urnas

    O relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas foi encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 9 de novembro de 2022, dois dias depois da publicação feita pelo ministério no X. O documento aponta que não foram constatadas irregularidades no processo eleitoral que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Apesar disso, em nota divulgada pela Defesa um dia após o envio do relatório à Corte Eleitoral, a pasta argumenta que não seria possível excluir a possibilidade de fraude ou incosistência nas urnas.

    “O Ministério da Defesa esclarece que o acurado trabalho da equipe de técnicos militares na fiscalização do sistema eletrônico de votação, embora não tenha apontado, também não excluiu a possibilidade da existência de fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral de 2022”, diz o informe compartilhado em 10 de novembro de 2022.

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