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    Milton Ribeiro pede a presidente de Comissão de Educação para não ser convocado pelo Senado

    Senador, contudo, sinalizou que submeterá pedido ao colegiado; se aprovada, oitiva deve ocorrer na próxima terça

    Milton Ribeiro, ministro da Educação (MEC)
    Milton Ribeiro, ministro da Educação (MEC) Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

    Larissa RodriguesTeo Curyda CNN em Brasília

    O ministro da Educação, Milton Ribeiro, ligou para o presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), na manhã desta quarta-feira (23), pedindo para que o senador não coloque em votação, durante reunião do colegiado marcado para esta quinta (24), um requerimento de convocação.

    A informação foi confirmada à CNN Brasil pela assessoria de imprensa do parlamentar.

    “O ministro Milton Ribeiro ligou para o senador, falou que viria sem a convocação depois. Mas o senador falou que vai votar o requerimento amanhã e vai combinar com os demais integrantes a data para o ministro ser ouvido”, afirmou a assessoria de Marcelo Castro. Se aprovada, a oitiva deve ocorrer na próxima terça-feira.

    Na conversa entre Ribeiro e Marcelo Castro, segundo interlocutores, o ministro se colocou à disposição para prestar esclarecimentos à comissão, na semana que vem, não agora, quando o assunto está no foco das denúncias.

    Até lá, segundo parlamentares ouvidos pela reportagem, a expectativa do comandante do Ministério da Educação é que o assunto esfrie. Ele preferia ser convidado, e não convocado. Quando o convite é feito, a autoridade pode se negar a comparecer.

    Procurada pela CNN Brasil sobre o telefonema, a pasta ainda não se manifestou.

    A Comissão de Educação do Senado se reúne às 9h desta quinta-feira e está na pauta a votação de um requerimento de convocação do ministro, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede- AP). Se convocado, o ministro será obrigado a comparecer na data marcada pelos senadores, como determina a Constituição Federal.

    Durante a manhã desta quarta, o ministro teria ligado ainda para parlamentares da bancada evangélica, como também, para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, pedindo mais tempo para se explicar.

    Ribeiro enfrenta pressão nos últimos dias devido à revelação feita pelos jornais O Estado de São Paulo da existência de um gabinete paralelo no MEC.

    Segundo o jornal, os repasses de recursos são feitos a estados e municípios por meio da intermediação de pastores evangélicos. Após a revelação, o jornal Folha de São Paulo divulgou áudio atribuído ao ministro no qual ele diz que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores.

    Em nota, o ministro informou que o repasse de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, e critérios técnicos do FNDE (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação).

    Blindagem

    À CNN, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) afirmou, nesta quarta-feira (23), que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, lhe disse que o presidente Jair Bolsonaro não vê motivos para trocar o comando da pasta.

    Fagundes, que é relator do orçamento da Educação, esteve reunido com o ministro para participar de uma audiência. Antes do encontro, o ministro compartilhou com o senador o conteúdo de sua conversa com Bolsonaro. Na saída da reunião, o senador conversou com jornalistas.

    De acordo com Fagundes, o ministro se colocou à disposição para prestar esclarecimentos aos senadores na Comissão de Educação do Senado.

    O senador afirmou ainda que estava diante do ministro quando ele telefonou para o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para se colocar à disposição também dos deputados.