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    Militares prestam depoimento à PF nesta quarta; chefe do Batalhão da Guarda Presidencial também será ouvido

    Polícia quer saber se esses agentes colaboraram para que a sede do governo fosse invadida e se dificultaram a retirada dos criminosos do local

    Larissa RodriguesElijonas Maiada CNN , em Brasília

    A Polícia Federal (PF) em Brasília fará uma força-tarefa nesta quarta-feira (11) para ouvir cerca de 80 militares do Exército sobre os atos criminosos do dia 8 de janeiro contra as sedes dos Três Poderes.

    Os depoimentos serão realizados na Academia Nacional da PF e terão início no começo da manhã, devendo durar todo o dia.

    O local, que fica a 20 quilômetros da Esplanada dos Ministérios, foi escolhido por ser espaçoso, para que assim seja possível ouvir todos os militares do Exército e da Guarda Presidencial em único dia.

    Normalmente, os depoimentos prestados para a Polícia Federal em Brasília ocorrem na sede da entidade, na região central da capital do país.

    Segundo fontes a par das investigações ouvidas pela CNN, a PF convocou diversos servidores, inclusive os que estariam de folga, para colher todos os depoimentos. A ideia é acelerar a finalização do inquérito.

    Entres os militares que serão ouvidos nesta quarta estão o general Gustavo Dutra, que chefiava o Comando Militar do Planalto, e o coronel Jorge Fernandes da Hora, que comandava o Batalhão da Guarda Presidencial.

    A unidade era responsável pela segurança do Palácio do Planalto, por isso, segundo fontes da corporação, a Polícia Federal quer saber se esses militares colaboraram para que a sede do governo fosse invadida, como também se dificultou a retirada dos criminosos do local.

    Suposta interferência de militares

    No dia 16 de março, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o ex-comandante de Operações da Polícia Militar do DF, o coronel Jorge Eduardo Naime, afirmou que o Exército tentou impedir a prisão de manifestantes que participaram dos ataques criminosos.

    O coronel destacou ainda que teria sido feita uma barreira com militares do Exército para impedir a prisão de suspeitos que participaram dos atos e que estavam instalados no acampamento que havia sido montado em frente ao quartel-general do Exército.

    Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento dos militares que estiveram envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Ou seja, que esse julgamento não caberia à Justiça Militar.

    No mês passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu uma investigação contra militares das Forças Armadas por suposto envolvimento nos atos antidemocráticos.

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