Michelle Bolsonaro é aconselhada a submergir após episódio das joias
Polícia Federal avalia chamar a ex-primeira-dama e o ex-presidente para prestarem depoimento em investigação sobre presentes de luxo apreendidos pela Receita Federal
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem sido aconselhada a submergir após a divulgação da informação de que a Receita Federal apreendeu joias enviadas pelo governo da Arábia Saudita ao ex-casal presidencial.
O PL avaliava promover um evento nesta semana em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o que poderia ser a estreia pública de Michelle como presidente do segmento feminino do partido.
A legenda, no entanto, deve deixar a estreia para um segundo momento e iniciar o roteiro de viagens de Michelle quando houver um arrefecimento da polêmica, a partir de abril.
Segundo apurou a CNN, a Polícia Federal (PF) avalia convocar tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro como a ex-primeira-dama para prestarem depoimento em investigação a respeito do episódio.
Em outubro de 2021, Bolsonaro teria sido convidado a participar de um evento do governo da Arábia Saudita. No entanto, ele não compareceu. O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque representou o Brasil na ocasião.
Ao final do evento, o príncipe Mohammed bin Salman Al Saud entregou ao ex-ministro um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em 3 milhões de euros, o equivalente a 16,5 milhões reais.
Os objetos foram dados como presente para a ex-primeira-dama e ao ex-presidente. O ex-ministro de Minas e Energia e a equipe de assessores dele viajaram em voo comercial.
Ao chegar ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no dia 26 de outubro de 2021, um dos assessores, que levava os presentes numa mochila, foi parado na alfândega ao seguir pela saída “nada a declarar” e os objetos foram encontrados. Ele foi impedido de levar as joias já que os valores ultrapassavam mil dólares. A Receita Federal no Brasil obriga que sejam declarados ao fisco qualquer bem que entre no país cujo valor seja superior a essa quantia.
A CNN questionou integrantes da equipe do governo anterior por que as joias não foram registradas antes de chegar ao Brasil. Interlocutores alegaram que o assessor do Ministério de Minas e Energia deveria ter informado que se tratava de um presente do reino da Arábia Saudita para a ex-primeira-dama e o então presidente.
O ex-presidente nega que as joias dadas pelo governo da Arábia Saudita foram trazidas de forma ilegal e que os presentes seriam para uso pessoal da ex-primeira-dama.
“Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade. Veja o meu cartão corporativo pessoal. Nunca saquei, nem paguei nenhum centavo nesse cartão”, disse Bolsonaro à CNN.