Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Mesmo com pressão para convocar ex-ministro do GSI, governistas devem derrubar votação na CPMI

    Colegiado que apura os atos criminosos do dia 8 de janeiro se reunirá nesta terça-feira (20)

    Tainá FarfanCristiane Nobertoda CNN , Em Brasília

    A base governista se prepara para derrubar a votação do requerimento de convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos criminosos de 8 de janeiro, nesta terça-feira (20).

    O presidente do colegiado, deputado Arthur Maia (União-BA) pautou a proposta, mas parlamentares aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que ainda não é o momento de chamar o militar para ser ouvido.

    O requerimento já havia sido rejeitado anteriormente. Porém, a oposição continua insistindo para que a comissão avance com a proposta. O deputado Filipe Barros (PL-PR) afirma que a presença de G. Dias é uma forma de dizer que ele não teve responsabilidade na invasão ao prédio do Palácio do Planalto em 8 de janeiro.

    “Se o governo quiser uma investigação séria, isenta e imparcial, aprovamos amanhã. Se o governo quiser obstruir a investigação demonstrando mais uma vez sua culpa, vai agir para rejeitar novamente”, disse à CNN.

    Em uma rede social, Arthur Maia afirmou acreditar em uma forma de construir um acordo durante a sessão da CPMI desta terça. “Sem dúvida, é o melhor caminho para o bom andamento dos nossos trabalhos”, escreveu.

    No entanto, a base governista é maioria no colegiado, com mais votos e, portanto, tem poder de ditar o tom dos trabalhos. Nos bastidores, parlamentares já se articulam para derrubar o requerimento ou, até mesmo, convencer o presidente da comissão a não levar a voto, sob a pena de derrota garantida, caso insista.

    Um outro requerimento de convocação, do ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura Cunha, que também já foi pautado e derrotado, está na pauta novamente. Sobre a possível aprovação dessa oitiva, parlamentares governistas demonstram maior abertura para discussão.

    Também deve ser pauta da sessão desta terça a situação do senador Marcos do Val (Pode-ES), alvo de uma operação da Polícia Federal na última quinta-feira (15) por suspeita de obstruir as apurações sobre os atos de 8 janeiro.

    Parlamentares governistas defendem a saída do senador da comissão parlamentar de inquérito. O deputado Rogério Corrêa (PT-MG) preparou uma questão de ordem para a sessão, pela saída de do Val, e afirmou à CNN que “investigado não pode investigar”. O senador diz que a operação foi usada para intimidá-lo.

    Depoimento de ex-diretor da PRF

    A CPMI deverá ter o seu primeiro depoimento nesta terça-feira, iniciando oficialmente as investigações e as oitivas. A oposição está confiante em relação ao depoimento do ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Parlamentares ouvidos pela reportagem afirmam que é uma “oportunidade de levar ao conhecimento do Brasil inteiro a verdade dos fatos”.

    A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) aposta em “um depoimento técnico”. “O inspetor Silvinei é um homem sensato, inteligente e foi um grande gestor. Ele, com certeza, apresentará um relatório de atuação que só confirmará que a PRF trabalhou de forma correta durante o período eleitoral. O depoimento dele será técnico, com certeza”, disse à reportagem.

    Silvinei Vasques deverá ser o primeiro convocado a ser ouvido na CPMI. Os parlamentares querem questioná-lo sobre a realização de mais de 500 operações da PRF no transporte de eleitores em diversas estradas do país, no segundo turno das eleições, em 30 de outubro. Na época, as ações foram suspensas após pedido da Justiça Eleitoral.

    Em 25 de novembro de 2022, Vasques se tornou réu por improbidade administrativa, após ser acusado de uso indevido do cargo que ocupava, bem como de símbolos e imagem da instituição policial durante as eleições presidenciais. Vasques também chegou a publicar manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas apagou a publicação.

    Tópicos