Mesmo com habeas corpus, Wilson Witzel presta depoimento à CPI nesta quarta (16)
Convocação do ex-governador do Rio tem relação com as suspeitas de compras superfaturadas de equipamentos hospitalares para o combate à pandemia
A CPI da Pandemia de Covid-19 ouve nesta quarta-feira (16) o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC). Os autores dos requerimentos de convocação são os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alessandro Vieira (sem partido-SE).
Nesta terça-feira, no entanto, o ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu ao ex-governador do Rio de Janeiro o direito de não comparecer à CPI. Com a decisão do STF, Witzel poderá ficar calado, não precisa assumir o compromisso de dizer a verdade, e um advogado poderá acompanhá-lo.
A assessoria de imprensa de Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da Pandemia, informou, porém, que Witzel confirmou sua participação na oitiva, mesmo tendo atendida a liminar em habeas corpus.
Segundo apurou a CNN, a defesa do ex-governador o orientou a responder apenas sobre as posturas do governo federal, sem tratar dos fatos investigados a respeito da pandemia no Rio de Janeiro, que motivaram a sua convocação.
Investigação
A convocação do ex-juiz federal tem relação com as suspeitas de compras superfaturadas de equipamentos hospitalares para o combate à pandemia que culminou com o impeachment.
Witzel é investigado pela suspeita de práticas irregulares na área da Saúde. De acordo com denúncia do Ministério Público Federal, a partir da eleição do ex-juiz “estruturou-se no âmbito do governo estadual uma organização criminosa, dividida em três grupos, que disputavam o poder mediante o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos”.
Liderados por empresários, esses grupos lotearam algumas das principais pastas estaduais, como a Secretaria de Saúde, “para implementar esquemas que beneficiassem suas empresas”.
Ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Wilson Witzel tem criticado a gestão do governo federal à frente da pandemia e, inclusive, chegou a chamar as medidas tomadas pelo Palácio do Planalto de “negacionistas”.