Mesmo ‘cauteloso’, governador interino do RJ já planeja mudanças no secretariado
Segundo auxiliares, Cláudio Castro só pretende tomar medidas mais bruscas depois que o Supremo Tribunal Federal julgar todos os recursos de Witzel
Apesar de o Superior Tribunal de Justiça ter mantido o afastamento de Wilson Witzel, o governador interino do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, pretende manter o perfil “reservado” e “cauteloso”.
Segundo auxiliares, Castro só pretende tomar medidas mais bruscas depois que o Supremo Tribunal Federal julgar todos os recursos de Witzel. Até lá, Castro continuará despachando da vice-governadoria.
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O governador fluminense interino, no entanto, já começou a planejar mudanças em seu secretariado. O objetivo é demonstrar para a população e para a base aliada uma diferença em relação a gestão de Witzel.
Nesta quinta-feira (3), Castro se reunirá em Brasília com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Vai pedir a prorrogação do Regime de Recuperação Fiscal do Estado, que se encerra no sábado (5).
Maia governador
No Planalto, porém, a aposta é de que Castro também acabará caindo. Ministros palacianos, inclusive, fizeram chegar a aliados de Rodrigo Maia que veem com bons olhos a ideia dele assumir o governo do Rio.
Essa possibilidade passou a circular em Brasília após o STJ afastar Witzel do cargo por 180 dias, em investigação que também mira Cláudio Castro e o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano (PT).
Caso Witzel e Castro sejam destituídos definitivamente a partir de 2021, um novo governador terá de ser escolhido indiretamente, pela Assembleia Legislativa do Rio. Se ocorrer até dezembro de 2020, a eleição será direta.
No Planalto, a avaliação é de que uma eventual ida de Maia para o governo do Rio facilitaria a articulação para eleger, em fevereiro de 2021, um novo presidente da Câmara mais alinhado a Bolsonaro.
Maia aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal para saber se poderá ou não disputar reeleição para o quarto mandato a frente da Câmara. Se assumisse como governador do Rio, deixaria o páreo no Legislativo.
O deputado tem negado qualquer articulação para assumir o governo fluminense. Seus aliados admitem, porém, que o atual presidente da Câmara toparia a missão, caso Witzel e Castro percam seus cargos.