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    MEC foi contra todo cenário atual, diz vice-reitor que recusou volta às aulas

    Veio da Universidade de Brasília uma das reações mais duras contra a decisão do MEC, que tentou liberar a volta às aulas presenciais, mas recuou

    Basília Rodriguesda CNN

    Veio da Universidade de Brasília uma das reações mais duras contra a decisão do Ministério da Educação, que tentou liberar o retorno das aulas presenciais, mas recuou.

    A UnB reúne mais de 55 mil pessoas somando todos os campi, o que confirma o ambiente escolar como um lugar de aglomeração – justamente o que as medidas contra o novo coronavírus tentam evitar.

    Em entrevista à CNN, o reitor em exercício da instituição, Enrique Huelva, externou a preocupação com o possível retorno dos estudantes à universidade, o que obrigaria a retomada da rotina de pegar ônibus, para boa parte deles, e ter contato com uma cidade que, há poucos dias, encurtou o horário de funcionamento de bares porque teme o aumento no número de casos da doença.

    Desde 17 de agosto, a UnB retomou o semestre letivo com atividades virtuais.

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    Como o senhor avaliou a tentativa do MEC em autorizar o retorno das aulas presenciais nas universidades? 

    Enrique Huelva: Nós fomos pegos de surpresa pela publicação da portaria, ainda mais porque há um aumento crescente nos índices de contágio.

    No Distrito Federal, por exemplo, o governador restringiu o horário de funcionamento de bares e restaurantes esta semana, então, esse documento do MEC ia contra todo o cenário atual.

    Para se ter uma ideia, 70% dos nossos estudantes utilizam transporte público para chegar aos campi, segundo revelou recente pesquisa que fizemos junto à comunidade.

    Todas essas condições precisam ser consideradas pela Universidade na tomada de decisão a respeito desse assunto. 

    A ideia era liberar a partir de janeiro, há vontade acadêmica de voltar às salas de aulas no mês que vem, mesmo sem vacina?

    Enrique Huelva: A UnB tem todo um planejamento para a retomada das atividades, de maneira gradual, com ações previstas etapa por etapa. Isso inclui, por exemplo, a disseminação do plano de biossegurança e as adaptações acadêmicas e administrativas necessárias à nova realidade.

    Tudo isso não foi levado em consideração com a portaria. 

    Atualmente, as disciplinas estão virtuais. Como a Universidade de Brasília imagina as aulas em 2021?

    Enrique Huelva: A UnB está, no momento, terminando o 1º semestre de 2020, com atividades remotas. O 2º semestre letivo de 2020 vai começar em 1º de fevereiro de 2021.

    O Cepe [Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão] da Universidade ainda não decidiu como será o formato desse próximo semestre.

    Mas a tendência, conforme a última reunião do colegiado, é a UnB continuar na etapa 1 do plano de retomada das atividades e avaliar, em janeiro, a possibilidade de avançar para a etapa 2, que prevê presencialidade apenas em disciplinas obrigatórias cujas atividades práticas sejam imprescindíveis.

    A segurança da nossa comunidade e os dados científicos estão e continuarão sendo levados em conta nas discussõe