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    Me constrange apenas requerimentos do governo terem sido aprovados, diz presidente da CPMI do 8/1 à CNN

    Foram deferidas convocações de nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sessão de terça-feira (13)

    Douglas Portoda CNN* , em São Paulo

    O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, deputado federal Arthur Maia (União-BA), declarou, em entrevista à CNN nesta quarta-feira (14), que fica constrangido por apenas requerimentos da base governista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terem sido aprovados na comissão até o momento.

    Foram deferidas, na terça-feira (13), as convocações de nomes como: Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL); Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa; Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Veja a lista completa abaixo.

    “Os requerimentos apenas do governo terem sido aprovados ontem e os da oposição não, isso, a mim, como presidente do colegiado, me constrange”, afirmou Maia.

    Em sua opinião, o fato é algo “sem sentido, que não tem lógica”. Mas ele argumenta que os requerimentos de convocação podem ser novamente apresentados.

    “Eu espero que o plenário corrija esse erro e faça a aprovação desses outros requerimentos”, diz.

    De acordo com Maia, não é razoável que o general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), não preste depoimento. “Ele é inclusive das figuras mais citadas nesse processo”, justifica.

    Ele ainda apresentou outros personagens que deveriam ser ouvidos: “Não é razoável que o ex-diretor da Abin [Saulo Moura da Cunha], essa figura que comandava a Abin, lembrando que a Abin produziu, sobre o mesmo ato e sobre o mesmo comunicado, que foi enviado no dia 6 de janeiro, três relatórios diferentes e também não vá depor.”

    “O próprio ministro [da Justiça] Flávio Dino, não é nenhum demérito para o ministro, inclusive fiz questão de dizer que, em respeito a sua questão de ministro, nós estávamos colocando ele na condição de convidado, para que ele acertasse uma data e fosse lá depor. Eu tenho certeza que o ministro Flávio Dino não tem interesse em não depor”, continua.

    Assim, o presidente do colegiado afirma que colocará os requerimentos em pauta novamente se forem apresentados, esperando uma melhor divisão entre situação e oposição.

    “O governo tem maioria, mas eu confio na consciência e no reconhecimento de alguns parlamentares que tenham compromisso com a opinião pública, que valorizem aquilo que é dito sobre cada um deles e que, de fato, façam uma votação diferente. Errar é humano, mas havendo a possibilidade de se corrigir o erro, eu sou uma pessoa sempre crente na boa-fé das pessoas”, prossegue.

    Veja a lista de convocados para depor na CPMI do 8 de janeiro na última terça-feira:

    • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança pública do DF;
    • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL);
    • Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil de Bolsonaro;
    • Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI na gestão Bolsonaro;
    • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
    • Jorge Eduardo Naime Barreto, coronel responsável pelo Departamento Operacional da PM do DF;
    • Argino Bedin, empresário suspeito de financiar os atos;
    • Edilson Antonio Piaia, empresário suspeito de financiar os atos criminosos;
    • Leandro Pedrassani, empresário suspeito de financiar atos;
    • Joveci Xavier de Andrade, empresário suspeito de financiar atos;
    • José Carlos Pedrassani, empresário suspeito de financiar atos;
    • Diomar Pedrassani, empresário suspeito de financiar os atos;
    • Roberta Bedin, empresária suspeita de financiar atos;
    • Antônio Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde de Bolsonaro e citado como autor de mensagens de cunho golpista a Mauro Cid;
    • Albert Alisson Gomes Mascarenhas, participou dos atos e há imagens gravadas;
    • Ailton Barros, ex-militar e autor de mensagens golpistas a Mauro Cid;
    • Marília Ferreira de Alencar; então subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF;
    • Jorge Teixeira de Lima, delegado da Polícia Civil do DF;
    • Jeferson Henrique Ribeiro Silveira, motorista;
    • Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto;
    • Alan Diego dos Santos, bolsonarista preso por tentativa de atentado a bomba no aeroporto de Brasília
    • George Washington de Oliveira Sousa, preso por bomba deixada no aeroporto de Brasília às vésperas da posse de Lula;
    • Wellington Macedo de Souza, acusado de participar de tentativa de atentado com bomba no aeroporto de Brasília;
    • Fernando de Souza Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF;
    • Fábio Augusto Vieira, ex-Comandante da PM do DF;
    • Robson Cândido, Delegado-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
    • Marcelo Fernandes, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal;
    • Márcio Nunes de Oliveira, ex-Delegado-Geral da Polícia Federal;
    • Milton Rodrigues Neves, delegado da Polícia Federal;
    • Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, coronel da PM do DF e ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP);
    • Leonardo de Castro, diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal;
    • Júlio Danilo Souza Ferreira, ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
    • Ainesten Espírito Santo Mascarenhas, empresário e pai de um dos participantes dos atos;
    • Adauto Lucio de Mesquita, empresário acusado de coordenar financiamento para os atos;
    • Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia Civil do Distrito Federal.

    *Produzido por Duda Cambraia

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