Mauro Cid prestará novo depoimento até o final de março, segundo agentes da investigação
Caso fique comprovado que ex-ajudante de ordens omitiu informações, investigadores não descartam a possibilidade de o acordo de delação premiada ser cancelado
A Polícia Federal apura se o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), omitiu informações no rastro do acordo de delação premiada referendado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A desconfiança é sobre trocas de mensagens, obtidas pelos agentes da investigação, que não foram apresentadas por Cid.
Por isso, a Polícia Federal (PF) marcará um novo depoimento de Cid até o final de março. O objetivo é que ele explique uma eventual omissão de informação.
Além disso, preencha lacunas que ainda estão abertas na investigação contra o ex-presidente. O objetivo da Polícia Federal é encerrar a apuração ainda neste ano.
Caso seja verificado que Cid omitiu informações, agentes da investigação não descartam a possibilidade de o acordo de delação premiada ser cancelado.
Nessa hipótese, eventuais benefícios penais serão cancelados e o ex-ajudante de ordens pode, inclusive, voltar a cumprir prisão preventiva.
A Polícia Federal também pretende, até o final de março, marcar depoimento de Bolsonaro, para que ele esclareça o conteúdo do vídeo obtido pela força policial.
A CNN apurou ainda que Cid acessou a íntegra do vídeo da reunião do dia 5 de julho de 2022 após a deflagração da Operação Tempus Veritati, na quinta-feira (8).
Embora tenha tido o computador apreendido pela Polícia Federal, o acesso feito pela nuvem que armazena conteúdos, segundo pessoas próximas ao militar.