Maranhão promove ‘Arraial da Vacinação’ imunizando a partir dos 29 anos
Governador do estado, Flávio Dino (PCdoB), disse esperar segundo semestre 'bem melhor' do que o primeiro em relação à Covid-19
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (11), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), detalhou o “Arraial da Vacinação”, mutirão para imunizar o máximo possível de adultos a partir 29 anos e que teve início às 19h desta sexta-feira. O evento vai até meio-dia de domingo (13) e ocorre na Ilha de São Luís, região com quatro municípios e que reúne cerca de 1,4 milhão de habitantes.
“Estamos avançando, do jeito que é possível, com os estoques disponíveis, usando com muita seriedade o que temos, e vamos avançar cada vez mais com esses mutirões”, afirmou Dino. “O Arraial da Vacinação é uma homenagem às festas juninas. Uma vez que não é possível realizá-las, nós estamos também celebrando um pouco da nossa identidade cultural”, explicou o governador.
Levantamento feito pela CNN mostra que até às 20h desta sexta-feira, o Maranhão já havia aplicado a primeira dose de vacinas contra a Covid-19 e 1,6 milhão de pessoas, equivalente a 33,01% da população apta a ser imunizada (acima de 18 anos). No caso dos vacinados com a segunda dose, são 560 mil pessoas, 11,35% da população-alvo.
À CNN, Dino explicou que o estado foi beneficiado por ter recebido reforço de doses após um navio estrangeiro chegou ao estado com tripulantes que testaram positivo para a variante oriunda da Índia. Além disso, o governo da Maranhão fez um “processo de gestão dos estoques de vacina desde janeiro, com reservas técnicas”, o que possibilita eventos como o Arraial da Vacinação.
O governador também disse que a vacinação de adultos a partir de 29 é uma especificidade das cidades da Ilha de São Luís, e que há diferença entre os calendários de vacinação nos 217 municípios maranhenses.
“Algumas cidades estão com também com uma faixa bem baixa. Alcântara, aqui também, na região metropolitana, já está vacinando 18+. Agora, há outros municípios que estão com 50, 55 [anos de faixa para vacinação], então isso varia muito”, detalhou.
Segundo o governador, o Maranhão passa no momento por uma terceira onda de infecções pelo novo coronavírus, que o obriga a manter “no patamar intermediário” as medidas de restrição à circulação de pessoas. Ele também se disse atento à assistência hospitalar dos doentes da Covid-19 e falou em avanço na vacinação.
“A conjugação desses pilares faz com que o Maranhão mantenha já há vários meses a menor taxa de mortalidade, proporcionalmente à população. Temos mais ou menos metade da mortalidade por milhão de habitantes em relação à média brasileira”.
Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Brasil tem até esta sexta-feira taxa de mortalidade de 230,4 mortes por Covid-19 a cada 100 mil habitantes. A menor taxa é a do Maranhão, com 119,7 óbitos pela doença a cada 100 mil pessoas que moram no estado.
Melhora no segundo semestre
De toda forma, Flávio Dino disse que tem boas expectativas para o avanço da vacinação daqui até o fim do ano. O político disse que “a perspectiva do segundo semestre é bem melhor do que a do primeiro semestre”, e que espera ver um declínio sucessivo nas taxas de infecção, de internação e de mortes por Covid-19 até o final do ano.
Sem citar nomes, o governador reclamou da “negligência” de autoridades do país e disse que o Brasil está sozinho no mundo ao não adotar como estratégia nacional a implementação de medidas restritivas.
“Passaríamos melhor se houvesse também a adoção concomitante à vacinação de medidas preventivas, com mais força”, opinou. “Apesar disso, dessa terrível negligência de algumas lideranças políticas do Brasil, acredito que a perspectiva do segundo semestre é bem melhor”, disse o chefe do Executivo maranhense.