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    Mais de 100 empresas são suspeitas de financiar atos criminosos em Brasília; AGU pedirá bloqueio de bens

    De acordo com investigações, pessoas jurídicas forneceram dinheiro para bancar os ônibus que transportaram bolsonaristas e para auxiliar permanência de acampamento no QG do Exército em Brasília

    Leonardo RibbeiroGiovanna InoueLéo Lopesda CNN , em Brasília e São Paulo

    Mais de 100 empresas já foram identificadas pela Advocacia-Geral da União (AGU) como suspeitas de financiar os atos criminosos em Brasília do último domingo (8). A instituição vai pedir o bloqueio de bens dos investigados nesta terça-feira (10).

    De acordo com as investigações, o dinheiro dessas pessoas jurídicas foi utilizado para bancar os ônibus que transportaram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) até a capital federal.

    Além disso, a verba auxiliou a manutenção de um acampamento, que permaneceu por mais de 60 dias em frente ao Quartel General do Exército em Brasília questionando a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro.

    Nesta terça (10), a AGU vai apresentar medidas cautelares junto à Justiça Federal do Distrito Federal (DF) para que os bens em nomes dessas empresas sejam bloqueados.

    Segundo a AGU, um dos objetivos do bloqueio de bens é utilizar esses recursos para cobrir os gastos provocados pelo dano ao patrimônio público promovido na invasão às sedes dos Três Poderes.

    Ministério da Cultura mobiliza restauradores para recuperar objetos destruídos em Brasília

    O Ministério da Cultura acionou uma força-tarefa de restauradores do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico) e do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) para recuperar objetos destruídos no Palácio do Planalto após invasão neste domingo (8).

    A ministra Margareth Menezes informou que se reuniu com técnicos nesta segunda-feira (9) e que conta com grupo de especialistas e restauradores de arte de todo o país.

    Obra de Di Cavalcanti danificada após invasão ao Palácio do Planalto
    Obra de Di Cavalcanti danificada após invasão ao Palácio do Planalto / Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

    Menezes classificou momento de “estarrecedor” e contou que recebeu telefonema de Marlova Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil, que se colocou também à disposição para ajudar no trabalho de reparação dos danos.

    A ministra lembrou que Brasília é patrimônio histórico material e imaterial do Brasil.

    “É urgente avaliarmos os danos e começarmos a recuperação e restauro de todo patrimônio que foi brutal e absurdamente arrasado. Um quadro de Di Cavalcanti destruído a facadas revela tamanha ignorância e violência desses atos abomináveis. Brasília é patrimônio histórico material e imaterial do Brasil e vamos trabalhar unidos para a reconstrução de tudo que foi violado”, afirmou em nota.

    Senado analisa nesta terça decreto de intervenção federal no DF

    O plenário do Senado se prepara para analisar, a partir das 11h desta terça-feira (10), o decreto do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro deste ano.

    O texto foi aprovado na segunda (9), sem alterações, pelo plenário da Câmara dos Deputados em sessão extraordinária convocada às pressas após a publicação do decreto em decorrência dos atos criminosos ocorridos neste domingo (8) contra os Três Poderes, em Brasília.

    A tendência é que a aprovação ocorra sem dificuldades no plenário do Senado, assim como aconteceu na Câmara, embora as deputadas Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (SP-DF) tenham apresentado requerimentos que poderiam ter atrasado a votação pelos colegas.

    Plenário do Senado / 03/03/2021 REUTERS/Adriano Machado

    A sessão no Senado será de forma semipresencial, para facilitar a votação de senadores que não estão em Brasília.

    O objetivo dos parlamentares é dar uma resposta rápida e reforçar uma imagem de unidade do Congresso contra as ações criminosas.

    O Legislativo está de recesso até o início de fevereiro. Logo após os atos, porém, o presidente do Congresso e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), convocou o Parlamento para funcionar em regime extraordinário.

    O relator do decreto na Câmara, deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT-MA), deu parecer favorável ao texto exatamente como foi escrito pelo presidente Lula.

    “Convencido de que tal medida, do ponto de vista da segurança pública, é amarga, mas necessária e proporcional, em face dos fatos tão graves ocorridos, nunca antes presenciados por esta nação, acredito que recuperaremos o controle da ordem pública no Distrito Federal”, escreveu Junior.

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