Maia quer distância de briga entre deputados do PSL até votações sobre orçamento
Presidente da Câmara aguarda aprovação de projetos que podem garantir cerca de R$ 20 bilhões a parlamentares
Depois de aceitar o pedido de suspensão de 12 deputados do PSL que levou à troca da liderança da legenda, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tenta agora se desvencilhar dos problemas do ex-partido do presidente da República, Jair Bolsonaro.
A reportagem apurou que, por não saber se a suspensão vai de fato continuar (alguns deputados do PSL já conseguiram reverter a questão na Justiça), Maia decidiu não definir por ora a situação das comissões da Casa. Com isso, ele espera não ampliar a tensão entre o Congresso Nacional e o Executivo até a aprovação dos projetos de lei que alteram a execução do orçamento impositivo.
Nesta quarta-feira, após acordo com o governo, o Congresso Nacional manteve o veto a um projeto de lei sancionado no fim do ano passado que aumentava o poder dos parlamentares para indicar emendas, totalizando R$ 30 bilhões. Em contrapartida, o Palácio do Planalto mandou os PLs, a serem votados na semana que vem, e que poderão devolver cerca de R$ 20 bilhões aos parlamentares.
A situação do PSL preocupa o presidente da Câmara. Isso porque, como não há definição de quantos deputados a bancada terá durante o ano de 2020, não é possível saber quais partidos vão assumir as comissões da Casa, o que estaria atrasando os trabalhos legislativos.
Apesar da irritação com o tema, Maia deve levar o assunto em banho-maria até a próxima terça-feira, quando é esperado que a Comissão Mista de Orçamento analise os PLs que trata da execução do orçamento impositivo.