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    Lula sobre saidinhas: Percentual que não volta é “pequeno” e “não compensa destruir” visitas à família

    Presidente disse acreditar que derrubada do veto, pelo Congresso, significou “derrota” para “parte do povo brasileiro”

    Manoela Carluccida CNN* , São Paulo

    O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta sexta-feira (21) que sua decisão de vetar trecho da Lei das Saidinhas foi “unipessoal” e “moral”. Segundo ele, o percentual de detentos que fogem durante esses indultos é pequeno.

    “O Estado prende um cidadão que cometeu um delito e, se o prendeu, não é apenas para castigá-lo, é para recuperá-lo. E na hora que o cidadão sai para ver sua família, que é uma das fontes de sua recuperação ele é proibido?”, questionou Lula durante entrevista à rádio Jornal Meio Norte, do Piauí.

    “‘Ah, mas de vez em quando as pessoas fogem!’ Mas é tão pequeno o percentual dos que não voltam, que não compensa a gente destruir a possibilidade de a família conversar com essa pessoa”, completou.

    “Antes de ser presidente eu sou humano, tenho formação política, tenho caráter, tenho um compromisso ideológico e tenho família.”

    Em abril, o presidente sancionou a Lei das Saidinhas, mas com um veto ao trecho que impedia o preso do regime semiaberto que não tenha cometido crimes graves ou hediondos de visitar sua família.

    No mês seguinte, o Congresso Nacional decidiu, num placar de de 314 x 126 na Câmara e 52 x 11 no Senado, pela derrubada do veto presidencial.

    Com a derrubada do veto, ficou decidido que só terão direito de saída temporária aqueles que cursarem supletivo profissionalizante, ensino médio ou superior.

    Segundo Lula, desde o início, “todos os deputados não queriam que vetasse o trecho” e preferiam que o presidente “deixasse passar, porque vai ter eleição e é um tema delicado”.

    Lula diz acreditar que a derrubada do veto não o derrotou. “Mas derrotaram uma parte do povo brasileiro e enfraqueceram a dignidade de muita gente nesse país”, concluiu.

    *Sob supervisão de Marcelo Freire

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